Sunday, August 13, 2006

PSD/Azambuja quer referendo contra a privatização da rede de águas



O PSD de Azambuja quer impedir a privatização da distribuição da rede de água, para isso vai levar a cabo a recolha de assinaturas que entregará na próxima assembleia municipal

O Partido Social Democrata de Azambuja (PSD) está convicto que irá conseguir evitar a privatização da distribuição da água.
Para tal o partido anunciou em conferência de imprensa, a recolha de assinaturas, tendo em vista um abaixo-assinado.
Contudo a recolha, com o fim de promover o referendo, terá de ser concluída antes da próxima assembleia municipal marcada para meados de Setembro, pois nessa reunião será discutido e votado a abertura do concurso publico internacional, com vista à concessão da rede de distribuição de águas, por um período de 30 anos.
Luis Leandro presidente da concelhia local do PSD; salientou em conferência de imprensa, a sua convicção que o documento irá passar na assembleia municipal, mesmo tendo contra si, o facto do PS ser o partido maioritário naquele órgão.
Para Luis Leandro “os socialistas não quererão ir contra a vontade do povo. Se o PS com a sua maioria, bloquear um referendo exigido por milhares de pessoas, com certeza que irá também ter de assumir os custos políticos de o fazer”, alem disso o presidente da concelhia explicou também que o referendo será de origem popular e não partidária, deixando em aberto a adesão do PCP, e dos populares sem filiação partidária.
O presidente da concelhia referiu também que a apresentação do documento com o número mínimo de assinaturas, automaticamente inviabiliza a proposta do executivo em privatizar a distribuição de água. Por outro lado os social-democratas dizem estar convictos que nas próximas semanas conseguirão ter o mínimo de 1500 assinaturas, para levantar o assunto em assembleia municipal, que de resto ainda não tem data certa.
Contudo os social-democratas lançaram duras criticas ao executivo de Joaquim Ramos sobre esta matéria, acusando o PS de tratar o assunto com “ligeireza” contestando o período de concessão de 30 anos, argumentando que uma empresa privada procura lucros mas vincando que ” a água é de todos, para todos, por um preço justo e não para fazer lucrar alguns”.
Os social-democratas, denunciaram ainda aquilo que consideram ser pouco rigoroso da parte do PS. Os laranjas dizem que para este negócio, é necessário saber quanto gasta a autarquia em água, e questiona o PS sobre a venda “do abastecimento de água sem saber quanto gasta a própria Câmara”.
Por outro lado, o PSD interroga a rentabilidade deste negocio, alertando para o facto de que irá votar contra em assembleia municipal, como já fez na reunião de Câmara, vincando a necessidade de um “estudo prévio económico”.
Na última reunião do executivo o vereador Antonio José Matos, chegou a sugerir o referendo, contudo Joaquim Ramos colocou de lado essa hipótese. PSD critica por isso o PS sugerindo que o executivo socialista não quer referendar esse assunto porque “tem medo que a população diga que não” e acrescenta que “foi por isso que não colocou este negócio no seu programa eleitoral”:
Quanto a financiamentos o presidente da concelhia afirma que “Joaquim Ramos afirma que a Câmara não tem capacidade financeira para os investimentos” vincando de imediato que “quem ganhar o negócio irá fazer esses investimentos com as verbas da UE que a Câmara vai pedir”. Luis Leandro sublinha entretanto que “a autarquia pode pedir empréstimos para este fim, pois isso não conta para os limites do endividamento impostos pelo governo” disse.
No que toca aos trabalhadores, estes poderão ser requisitados pela empresa por períodos de três anos, ingressar nos quadros da futura empresa, ou sair de livre vontade.
Neste ponto, os social-democratas acusam a autarquia de “chutar para a empresa que ganhar o negócio 23 dos seus trabalhadores” referindo que o PS “ não se preocupou em dialogar com esses trabalhadores e obter o seu assentimento antes de afixar os seus nomes num mapa de um concurso público”.
A recolha de assinaturas vai ser feita em todo o concelho pelos social-democratas, ao mesmo tempo que serão feitas sessões de esclarecimento com a população.