Tuesday, August 19, 2008

Edifício da Escola Grandella de Tagarro encerrada


Joaquim Ramos presidente da Câmara Municipal de Azambuja diz que não ficou preocupado com o anúncio na imprensa para a venda do edifício Grandella em Tagarro. A autarquia adjudicou o edifício a uma empresa com direito de superfície por 99 anos, em que esta teria de recuperar o imóvel. Contudo e depois de meia dúzia de anos, a empresa fechou as portas e colocou o edifício à venda, algo que era impedido pelo contrato com a Câmara Municipal.
O edifício em causa, foi uma escola mandada construir por Almeida Grandella, que foi entre outras coisas benemérito do concelho de Azambuja e proprietário dos Armazéns Grandella no Chiado em Lisboa.
Ramos salienta que “a empresa pode parar a exploração do imóvel sempre que queira, não pode é vender ou fazer a cedência sem autorização da câmara”.
O autarca diz que não está arrependido com o negócio que fez com a empresa, mesmo depois do edifício ficar com as portas fechadas e refere que esta foi a única forma de recuperar o imóvel, uma vez que a câmara não tinha verbas para o fazer.
Ramos salienta que um dos objectivos “era recuperar todos os imóveis de interesse municipal” o que foi acontecendo ao longo dos últimos sete anos.
A autarquia já conseguiu recuperar integralmente o palácio Conselheiro Frederico Arouca em Alcoentre, a Casa da Câmara de Manique do Intendente, e a Escola Régia em Azambuja entre outros. O presidente explica que dada a necessidade de recuperar alguns imóveis, “temos de recorrer a formas imaginativas” que vão desde as permutas ás concessões.
No caso do edifício agora encerrado em Tagarro, o autarca lembra que a câmara tem um espaço que lhe foi consignado através de protocolo, e que nunca o utilizou. Joaquim Ramos diz não ter planos para reabrir no imediato o edifício, contudo esclarecesse “porque do ponto de vista da rentabilidade não faz sentido utilizar o edifício. Mas quem sabe se num futuro próximo, nomeadamente se vier o grande projecto turístico já anunciado para o alto concelho, se aí não faz sentido usar aquele espaço”.

Ponte da Vala Real em Risco


Há ano e meio que as obras da nova ponte sobre a Vala Real de Azambuja estão paradas. A situação resulta da rescisão de contrato da empresa Estradas de Portugal (EP) com a “Tecnovia”, por está última alegadamente não cumprir os prazos de excussão da obra.

As obras da nova ponte sobre a Vala Real de Azambuja estão paradas e sem fim à vista para já. A situação remonta a 2001, altura em que Virgínia Estorninho, na altura vereadora do PSD na autarquia, questionou a tonelagem máxima suportada pela estrutura. Depois de alguns estudos feitos na ressaca da queda da Ponte de Entre-os-Rios, a câmara decidiu avançar com diligências para recuperar a centenária estrutura.
Ano e meio depois da denúncia ás autoridades e das sucessivas reuniões e acções de protesto levadas a cabo pelo movimento cívico, a obra era anunciada pelo governo.
Ganha em concurso público pela empresa Tecnovia a obra tardou a começar e arrastou-se no tempo fazendo, alegadamente, com que os prazos máximos fixados fossem ultrapassados.
Com os olhos postos na segurança dos cidadãos, o movimento cívico liderado ma altura por Armando Martins, não deixou de alertar as entidades para alguns perigos resultantes do estado da ponte.
Com os campos de cultivo a sul da Vala Real, uma das únicas alternativas para escoar os produtos seria a ponte de Azambuja. A outra, bem mais longe, a do Reguengo, não seria uma solução adoptada pelos motoristas das centenas de pesados que se afoitavam a passar a ponte em Azambuja, isto apesar dos avisos de que a estrutura suportava apenas 30 toneladas. Isto porque houve um reforço provisório da estrutura que inicialmente marcava cinco toneladas como peso máximo.
Oito anos passados, e a situação voltou à estaca zero. Joaquim Ramos presidente da Câmara Municipal de Azambuja salienta a sua preocupação pelo estado em que se encontra a estrutura, agora ladeada por uma outra em betão armado e que tem como objectivo ser uma das faixas de rodagem da nova travessia.
O autarca salienta que tem mantido reuniões constantes com as Estradas de Portugal, mas “enquanto o assunto estiver em tribunal, a empresa pouco pode fazer”.
De acordo com o presidente da autarquia, a Tecnovia, colocou as Estradas de Portugal em tribunal, por não concordar com a rescisão de contrato, o que vem atrasar ainda mais este processo, que não tem para já um fim à vista, uma vez que a EP não pode assim realizar um novo concurso com vista à conclusão da nova ponte.
Enquanto isso, Joaquim Ramos diz ter a garantia da EP que a empresa “tomará as medidas possíveis” com vista à sinalização do local e à recuperação de parte do pavimento da velha ponte, já que este se encontra degradado, por via dos inúmeros pesados que ali circulam carregados com muitas toneladas de produtos oriundos da lezíria.
Com eleito, Joaquim Ramos vinca inclusivamente que a autarquia já lá colocou alguns sinais “mas no dia seguinte já lá não estão”. Uma situação idêntica à verificada em 2002, sendo que seriam na altura os próprios motoristas a retirar os sinais de limite de peso.

11 morrem nas estradas de Azambuja


Só no ano passado morreram nas estradas que atravessam o concelho de Azambuja onze pessoas. A maioria dos acidentes deu-se em estradas com bom piso e com boas condições atmosféricas. Os números constam de um estudo apresentado esta sexta-feira pelo Governo Civil de Lisboa, e insere-se numa campanha de combate à sinistralidade com o título “Não Jogue com a Sua Vida”.
Numa breve analise ao documento, podemos constatar que a estada mais perigosa é a EN 3, que liga o Carregado a Santarém, no troço entre Vila Nova da Rainha e os Casais da Lagoa, já no limite do distrito de Lisboa.
Nesse sentido, e aproveitando projectos antigos, a autarquia já reivindicou a construção de rotundas e uma variante em Vila Nova da Rainha e que serão uma realidade até 2013. Os projectos anunciados anteriormente pelo Secretário de Estado das Obras Publicas, Paulo Campos, inserem-se nas compensações pela deslocalização do aeroporto para Alcochete.
Com eleito, a EN3 tem sido uma preocupação dos autarcas e das forças de segurança. Não é de agora que os bombeiros reclamam a colocação de um traço continuo no troço entre Azambuja e Vila Nova da Rainha, até porque a maioria dos acidentes dão-se com a mudança de direcção para a esquerda.
Numa zona em que actividade logística tende a aumentar, as preocupações são agora reforçadas. A segurança é uma prioridade para o Governo Civil de Lisboa, que lembra a frequente imagem “das coroas de flores” colocadas nos locais onde já faleceram pessoas. E essa é uma imagem muito frequente naquela via.
No mesmo dia em que a campanha era apresentada por Dalila Araújo, completou-se um ano após o falecimento de Pedro Salema.
O bombeiro da corporação de Azambuja, saiu do quartel para socorrer um idoso em Vila Nova da Rainha, mas nunca lá chegou. O soldado da paz foi vitima de um acidente na Estrada Nacional 3 em frente ás instalações da Opel, que lhe custou a vida.
Mas outros perderam a vida naquela via. A demonstrar isso está a macabra imagem de várias coroas de flores espalhadas pela via desde o Carregado até Santarém, o que prova segundo os peritos, o grau de perigosidade da estrada.
Contudo há dados contrários, que refutam todas as teorias que apontam para o estado das vias como responsável pelos acidentes.
No concelho de Azambuja, a maioria dos acidentes de viação deu-se em rectas com boa visibilidade e durante o dia. Segundo os responsáveis pelo estudo o excesso de velocidade também poderá estar na origem desses acidentes.
Mas este ano não começa melhor. Só no primeiro trimestre de 2008, o concelho de Azambuja registou 41 acidentes dos quais resultaram mais de duas dezenas de feridos e 5 mortos. E estes são números que a campanha “Não Jogue com a Sua Vida” quer alterar. Em declarações ao Vida Ribatejana Dalila Araújo, vincou que os dados disponíveis são preocupantes “Azambuja já em 2007 ocupava o terceiro lugar no distrito com o maior número de vítimas mortais” é por isso que a responsável sublinha a necessidade “de inflectir esses números e essa situação”.

Vila Nova de São Pedro ainda sem ETAR


Ainda não tem fim à vista a solução para o tratamento de esgotos da freguesia de Vila Nova de São Pedro.
Na localidade existe uma ETAR mas que nunca foi colocada em funcionamento. A estrutura remonta à presidência de João Benavente na Câmara Municipal de Azambuja, mas a sua localização nunca foi do agrado dos populares que cedi reclamaram dos maus cheiros que a Estação de Tratamento iria produzir.
Com casas a escassos metros da ETAR, os moradores não foram de modas e aproveitaram as eleições de 2001, altura em que foi empossado um novo executivo, para pedir uma nova solução, que até à data ainda não foi consensual.
Numa entrevista ao jornal local “ Correio de Azambuja” Francisco Salgado Zenha, administrador delegado da empresa “Águas do Oeste” – que gere à água e o saneamento no município de Azambuja - lamenta a situação, e diz que existe uma solução, mas que terá de passar por um entendimento com a população porque nesta altura está a viver-se um impasse. O responsável salienta que a ETAR da Maçussa tem capacidade para tratar os esgotos das duas freguesias (Vila Nova e Maçussa) “e por razões que me parece que não tem nada a ver com alguma racionalidade, a População de Vila Nova de São Pedro não quis aquela ETAR. A população da Maçussa não quer receber os caudais de Vila Nova”.
Nesse sentido refere estar eminente “uma situação que parece absurda, de se pretender que se construa uma terceira ETAR, quando existem duas que poderiam resolver o problema”, salientando que transportando esta situação para outra zona do país, seria impraticável.
Francisco Zenha, diz ter esperança “que as populações possam dialogar connosco” alertando para o facto “não faz sentido exigir-se que todos os munícipes do Oeste façam um enorme esforço de centenas de milhares de euros a mais apenas por causa de uma birra que não tem nenhuma racionalidade”.
Francisco Salgado Zenha, salienta entretanto o papel importante da autarquia no desenrolar das negociações com os munícipes.
Joaquim Ramos presidente da Câmara Municipal de Azambuja salientou também a sua preocupação e garante que a autarquia está a acompanhar o caso.
O autarca disse ao Vida Ribatejana que a velha ETAR fica situada numa zona que tem em curso um processo de qualificação. Trata-se do “Vale da Ribeira de Almoster onde aquela estrutura não tem, naturalmente, cabimento” salienta o autarca.
Nesse sentido o edil recorda “um estudo já feito pelo Instituto Superior de Agronomia identifica várias espécies endémicas, o que por si é uma valia, potenciada pelo excelente sistema de vistas da zona” e lembra que esta decisão “foi anterior ao contrato com as Aguas do Oeste e sempre fez parte dos pressupostos das negociações”.
Por outro lado Joaquim Ramos defende a construção de uma nova ETAR na zona dos Folgados, mais longe do aglomerado urbano de Vila Nova de São Pedro lembrando “que as contrapartidas que empresa estava disposta a dar à freguesia da Maçussa não eram suficientes”.
Questionado sobre as dividas da autarquia à empresa Aguas do Oeste, o presidente da câmara azambujense salienta que “ainda não chegámos a consenso sobre os respectivos valores” argumentando que “muita gente gostaria de poder dizer que a Águas do Oeste não faz porque a Câmara não paga, mas não é efectivamente assim, como o demonstram as diversas intervenções”: