Saturday, March 10, 2007

Educação: Indisciplina vista à lupa


Perto de uma centena de professores, auxiliares e encarregados de educação, discutiram na passada quarta-feira a indisciplina na escola.
O concelho de Azambuja não é dos mais problemáticos, registando apenas um ou dois casos isolados, de acordo com os técnicos

A educação em casa e o ambiente familiar pode bem ser um dos factores que levam à indisciplina dos alunos nas escolas. Esta foi uma conclusão transversal a todos os oradores de um seminário que decorreu na última quarta-feira em Azambuja onde a indisciplina na escola foi analisada.
Perante uma plateia de mais de uma centena de professores, auxiliares de educação e pais, os oradores não excluíram também o “divórcio dos pais da educação dos filhos” como um dos factores em ter em conta “deixando-os na escola e os professores que os eduquem “disse Ana Rosa Marques em representação da Escola Secundária de Azambuja
Os vários representantes das escolas e agrupamentos do concelho de Azambuja, considerarem no entanto que os dois ou três casos isolados de alguns distúrbios nas aulas, não chegam para classificar o município entre os mais problemáticos do país.
Nas escolas do concelho de Azambuja são mais frequentes a desatenção ás aulas, e comportamentos mais agressivos entre colegas, todavia a violência só esteve presente num ou em dois casos.
Fátima Almeida, do agrupamento de escolas Vale Aveiras, considerou por seu lado que a indisciplina não pode ser visto de forma superficial “dado que é um problema muito complexo, não só pela evolução que teve o conceito, mas também pela grande variedade de intervenientes” neste domínio, onde se destacam os factores, família, colegas e inclusive a comunicação social, que é uma ameaça dado que “os alunos vêem coisas na televisão que depois transportam para a sala de aula ou para a escola” o que leva a que condicione o ambiente escolar.
Ana Rosa Ribeiro. Docente na escola EBI de Azambuja, aproveitou o momento para apresentar um estudo sobre as características dos alunos da escola, apontando problemas identificados pelos alunos. A docente explicou pormenorizadamente as bases que a levaram a elaborar o documento e apresentou algumas sugestões.
Entre as sugestões, a docente lembra a importância da organização de espaços de reflexão conjunta, motivar o conselho executivo e os professores para organizar grupos restritos de discussão, e alargar o estudo da violência em contexto escolar “visto que os actos de violência ocorrem cada vez mais com alunos mais novos”.
Neste caso Victor Martinho, representante do centro social e paroquial de Azambuja, considera importante os educadores estarem atentos aos comportamentos doa mais novos. Segundo o técnico, nas idades de pré-escolar ainda é difícil perceber os traços de possível indisciplina, contudo vinca a necessidade dos responsáveis estarem atentos aos choros, birras e amuos ou isolamentos, que não nestas idades, alguns indícios de por exemplo stress por parte das crianças.

Azambuja: Dia Internacional da Protecção Civil movimenta crianças


Azambuja assinalou na passada sexta-feira o dia internacional da protecção civil. O evento ficou marcado pela demonstração das várias actividades dos bombeiros voluntários de Azambuja, junto das crianças da escola EBI de Azambuja.
Perante uma plateia de centenas de jovens, os voluntários demonstraram as suas formas de actuar nos vários cenários de operações. Enquanto num lado alguns alunos experimentavam os factos de combate a incêndio, noutro lado, alunos mais jovens ouviam atentamente os bombeiros, sobre as formas de agir num qualquer acidente de viação. Aliás estes jovens foram até ao fim, uns importantes espectadores e alunos atentos.
Pedro Cardoso responsável pela protecção civil municipal e comandante dos bombeiros de Azambuja, considera que estas iniciativas são importantes. Há nos voluntários cada vez mais a preocupação de chegar aos mais novos, e por consequência os mais velhos, como são os casos de outra gerações, os pais e os avós. É por isso que os voluntários de Azambuja têm levado a cabo uma série de iniciativas junto das crianças. Primeiro foram os alunos da Cresce do Centro Social e Paroquial, e agora a EBI de Azambuja, que se têm mostrado muito interessadas no trabalho dos bombeiros “pois as crianças, assimilam muito bem aquilo que lhes dizemos”.
O comandante admite que nos próximos anos, esta iniciativa, que no município de Azambuja só foi levada a cabo pelos bombeiros de Azambuja, possa ser alargada a outras escolas, dado que considera igualmente importante “sensibilizar as pessoas que a protecção civil não tem só a ver com os bombeiros, mas também cada um de nós” vincando a importância da cidadania.
No fim desta iniciativa, fica um balanço positivo, até porque segundo o operacional, “cada vez mais as crianças nos incentivam a continuar” e acrescenta que essa positividade vai ao encontro do que os bombeiros têm sentido, nomeadamente “a sensibilidade que temos recebido e do interesse que eles demonstraram. É gratificante ver que as crianças estão empenhadas e interessadas em ouvir a nossa mensagem” disse.



Sunday, March 04, 2007

Vila Franca abre centros de apoio a imigrantes


Vila Franca de Xira vai ter quatro centros de apoio ao imigrante. O anúncio foi feito pelo vereador da acção social Fernando Paulo ao programa conversa Franca da Ribatejo FM: O Vereador destaca que essa é uma necessidade urgente, sobretudo quando se vive uma realidade nova na maioria das localidades do país, com o fluxo de imigrantes a aumentar cada vez mais.

neste programa, o vereador disse ainda que a camara vai abriu na junta de freguesia de Forte da Casa um centro de apoio integrado ao cidadão. Trata-se de um projecto piloto levado a cabo pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e segurança social e que pretende responder aos problemas dos mais necessitados, de uma forma mais célere.
Este é apenas o início, já que é intenção da autarquia e da segurança social, alargar o centro ás freguesia de Vialonga e Castanheira do Ribatejo, até ao fim do ano

Corte de Pinheiros motiva polémica


Perto de centena e meia de proprietários de Pinhal participaram na passada quinta-feira numa sessão de esclarecimento em Aveiras de Cima, sobre o nemátodo do pinheiro, que obriga ao abate de vários milhares de arvores para criar uma facha de contenção para que a praga não se estenda. Os ânimos estiveram várias vezes exaltados com os proprietários a acusarem o estado de má fé

Os proprietários de pinhal do concelho de Azambuja estão indignados com a direcção geral de recursos florestais(DGRF) . Em causa está o prazo dado para o abate das árvores, para conter o progresso do nemátodo do pinheiro.
Os técnicos salientam que o corte de uma facha de três quilómetros de diâmetro, numa extensão de 130 mil metros será, nesta altura a única solução.
Todavia, o grande problema dos proprietários, não passa pelo abate das arvores, mas pelo prazo dado para o fazer.
Segundo os técnicos presentes numa sessão de esclarecimento em Aveiras de Cima, foram fixados editais, onde a obrigação era “explicita” e sendo que nenhum dos proprietários da área abrangida procedeu ao corte, o ministério da agricultura decidiu avançar com um concurso público internacional, para adjudicar a alguma empresas esse trabalho. Porém os proprietários não se conformam, e nesta última sessão de esclarecimento, acusaram o governo “de má fé. Porque o edital para além de ter sido colocado na altura do natal, e só dar vinte dias para cortar os pinheiros, toda a gente sabe que a maioria destas pessoas que aqui estão não lêem os editais” disse um popular indignado, apontando o dedo aos técnicos, argumentando ao mesmo tempo que o estado deveria alargar os prazos para o abate.
Um dos técnicos explicou que o alargamento do prazo era impossível. O corte que tem como limite o dia 31 de Março, está condicionado por uma imposição da União Europeia, e por outro lado, não pode ser feito para além deste prazo, pois o mês de Abril, pode, devido ás condições climatéricas, proporcionar condições mais desfavoráveis no combate ao nemátodo.
Por outro lado este prazo, serve também para balizar os prazos de atribuição de subsídios a Portugal. Segundo os técnicos, caso os prazos sejam ultrapassados, Portugal arrisca-se a não receber qualquer quantia para fazer face ás ajudas no abate dos pinheiros.
Neste processo, houve mesmo quem sugerisse uma acção contra o estado, e que uma providencia cautelar seria um bom caminho, no entanto os técnicos salientaram a possibilidade de indemnizar os proprietários pelo corte das árvores.
Para já não há definida qualquer verba a pagar pelo abate dos pinheiros. Mas os técnicos garantem que o governo irá publicar nos próximos dias uma portaria que dará conta dos preços a pagar por cada árvore cortada.
Neste capitulo, os proprietários desconfiam do governo “se muitos de nós não temos as arvores declaradas, como é que o governo nos vai pagar?”. Os técnicos apenas garantiram que todos os pinheiros serão identificados, com fim ao pagamento das indemnizações.

Por outro lado, os proprietários estão impedidos por lei, de cortar os pinheiros, dado que o prazo para os cortar voluntariamente já acabou. E esta foi uma situação que fez aquecer os ânimos “não posso cortar? Isso é que vamos ver. No meu terreno não entra filho da puta nenhum. Aquilo é propriedade privada!” disse um proprietário já mais nervoso, explicando que o seu pinhal está na família há varias gerações e por isso o governo não pode decidir assim.
Há no entanto uma questão cujos proprietários gostariam de ver esclarecida. É que para serem indemnizados, a lei portuguesa terá de ser alterada e consonante com as directivas europeias. E embora os responsáveis pelo ministério tenham garantido que governo esta a trabalhar para que isso seja uma realidade, o que é certo é que os proprietários não confiam, e acusaram o estado de querer fazer negócio com a madeira das árvores cortadas “para onde é que vai a madeira dos pinheiros?” interrogou um participante. Os técnicos salientaram entretanto que em principio a madeira seria vendida para pagar ás empresas o trabalho do corte das árvores e o remanescente seria para pagar “um valor justo aos proprietários”, mas a resposta não foi de agrado para todos já que não conseguem perceber “então aquilo mal dá para nos, como é que vão dividir por dois. Isto é a gozar com as pessoas. Preço justo, uma porra, aquilo vai é para a casa de um gajo qualquer” disse João Lopes, um dos visados por esta medida.
Segundo os técnicos, foi elaborada uma zona de segurança chamada de “zona fitossanitaria” que englobará 19 municípios, numa área de perto de um milhão de hectares. No concelho de Azambuja, foram afectadas as freguesias de Aveiras de Cima, Manique do Intendente e Vila Nova de São Pedro. Também algumas zonas dos concelhos de Vila Franca de Xira, Alenquer e Santarém estarão nesta altura sob a mira dos técnicos do ministério da agricultura.

O Nemátodo do Pinheiro


O nemátodo ataca o sistema de circulação da árvore, enfraquecendo-a e tornando-a mais susceptível ao ataque de outras pragas.
O contágio ocorre através de um insecto vector (em Portugal o longicórnio do pinheiro – Monochamus galloprovincialis, que transporta os nemátodos nas traqueias). A dispersão da doença está limitada à altura, e capacidade de voo dos insectos (entre Abril e Outubro).
Ataca a generalidade das espécies de pinheiro e outras coníferas, à excepção do género Thuia. Algumas espécies de pinheiro, como o pinheiro-bravo, pinheiro-larício e pinheiro-silvestre são muito susceptíveis.
O adulto do insecto vector alimenta-se nos raminhos e rebentos de árvores adultas, arrastando consigo estados juvenis do nemátodo, que penetram por estas feridas. O nemátodo coloniza rapidamente os vasos do xilema, bloqueando o seu funcionamento, o que provoca a morte da árvore. Nas árvores mortas o nemátodo alimenta-se dos fungos que provocam o azulamento da madeira (do género Ceratocystis). As árvores debilitadas ou recentemente mortas atraem as fêmeas do insecto vector, que aí fazem a postura, podendo transmitir igualmente nemátodos. As larvas desenvolvem-se e transformam-se em adultos, os quais são colonizados por nemátodos antes destes abandonarem as árvores atacadas na, Primavera seguinte

Informação : CONFAGRI (Confederação Nacional de Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, CCRL)