Wednesday, July 04, 2007

Vamos ao cinema 1

Aqui deixo uma segestão. Os 50 anos do rancho Folclorico Ceifeiras e Campinos de Azambuja. Um fantastico filme realizado por Nuno Dias, que aproveitou uma recolha de imagens com meio século de existência.Esta é a primeira parte... divirtam-se

Monday, July 02, 2007

Fundo do Tejo irregular ceifa vidas



O praia da Casa Branca em Azambuja tem sido notícia pelas piores razões. O local não é uma praia e por isso não tem segurança para que os veraneantes se banhem nas águas do Tejo. Talvez por isso se explique que nos últimos 5 anos morreu uma pessoa por ano naquele braço do Tejo.

A sonda do barco dos bombeiros de Azambuja não engana. À medida que vai subindo o Tejo, o aparelho vai medindo a profundidade do rio. Há locais onde os fundões são verdadeiras armadilhas. Segundo Pedro Cardoso comandante dos voluntários azambujenses, há locais onde a irregularidade dos terrenos passa de um metro para dez, constituindo um perigo aos veraneantes que todos os anos desafiam a correntes do Tejo.
Esta poderá ter sido a causa da morte de José Fernando no passado mês de Junho. Pedro Cardoso aponta não só os fundões, como também as redes ilegais da pesca dos meixão que proliferam no Tejo.
O operacional diz ter quase a certeza que “o corpo estava envolto nas redes. E quando houve autorização das autoridades para cortar as redes, o corpo apareceu pouco depois”.
Ao Vida Ribatejana Cardoso destaca a perigosidade destas redes. O comandante lembra que há pouco tempo os voluntários tiveram de socorrer uma embarcação no Tejo que cuja hélice estava presa nas redes de pesca.
Das margens não se dá conta, mas numa reportagem no Verão de 2005, o Vida Ribatejana constatou que existem muitas redes, e pouco espaçadas entre si no Tejo. Muitas não são sinalizadas convenientemente, e as que têm algum tipo de sinalização, utilizam garrafas ou garrafões de plástico, o que de noite deixa de ter qualquer visibilidade.
Há muito, que os serviços de protecção da natureza da GNR e Bombeiros, alertam para os perigos destas redes, mas o facto da pesca do meixão ser ilegal, não dissuade os prevaricadores, que segundo as autoridades, são muitas vezes pescadores que tentam aumentar o magro rendimento que auferem com as pescas.
Não há estatísticas concretas mas todos os anos, morre uma pessoa nas águas do Tejo. Pedro Cardoso não se cansa de alertar para o facto da “casa branca” não estar classificada como uma praia, não existindo por isso meios de vigilância ou de socorro no local.
Para este Verão, o operacional espera da parte dos veraneantes mais atenção, embora reconheça que a tentação em ceder a um mergulho, nos dais mais quentes, é muitas vezes difícil. O próprio operacional refere que “a praia não tem segurança. Não é uma praia é um braço do rio que tem alguma areia e um parque de lazer” sublinhando que a utilização que dão ao espaço é idêntico a uma praia, mas o facto é que a “Casa Branca não é uma praia”, lembrando ainda que “o Tejo é perigoso e traiçoeiro”.
Uma das provas de perigosidade do rio, está relacionado com a morte do pescador amador. As águas do Tejo são turvas “e debaixo de água não vê mais do que um palmo à frente da vista” fazendo com que no caso do resgate do pescador os mergulhadores tivessem de se socorrer da apalpação do fundo do rio.
As fortes correntes e o lixo acumulado, são também fonte de problemas, não só para os veraneantes, como para os bombeiros no caso de um resgate no Tejo.
As dificuldades do Tejo para resgatar o corpo do pescador, foram sentidas pelos bombeiros e observadas à distância pelos populares. Os mesmos que muitas vezes desafiam as correntes do Tejo.
João Antunes do Cartaxo, ainda se lembra de passar o Tejo a pé para a outra margem “eram outros tempos. Havia arraiais na outra banda, a malta passava e não havia estes fundões”. Fátima Sequeira, recorda também “antes até nadávamos no Tejo. A corrente sempre foi forte, de vez em quando lá ficava alguém afogado, mas agora tem sido demais” conta esta cabeleireira de Lisboa que escolhe s casa Branca para montar a tenta e fazer umas ferias no campo longe da confusão dos parques de campismo.
Aliás alguns dos populares que acompanhavam a operação de resgate do pescador, são visitas habituais na Casa Branca. Firmino Jorge é também um habitual frequentador do espaço “de vez em quando la vou ao banho. Sei que a praia não tem muitas condições. Mas sou reformado e aqui é mais barato”. Mas o que os utilizadores reclamam com mais vigor é a abertura do bar.
O espaço que deverá ser concessionado pela Câmara para este Verão, apresenta evidentes sinais de abandono e de vandalismo. As portas das casas de banho estão fora do sitio, e à noite o local, embora iluminado, é frequentado por toxicodependentes o que faz aumentar o receio dos que acampam junto ao Tejo, pese embora o facto daquele não ser um parque de campismo. Firmino considera importante o bar “não só dá apoio ao fim de semana, como durante a semana à noite afasta os vândalos daqui” refere. João Antunes, está de acordo com Firmino, mas ressalva o facto do espaço precisar de ser valorizado “com um arranjo para que as pessoas tenham gosto em vir aqui” já sobre os perigos do rio Tejo afiança “de vez em quando vou ao banho. Mas tenho o cuidado de ver como está a maré” disse.