Monday, March 24, 2008

Azambuja tem falta de casas para habitação social


Luis de Sousa vereador da Câmara Municipal de Azambuja com o pelouro da acção social, lamentou em sessão de câmara não ter ainda uma resposta do Estado no que toca ao aproveitamento das antigas casas dos guardas de Alcoentre.
Esta tem sido uma das reivindicações do executivo socialista, que há muito espera pela utilização dos bairros abandonados de Alcoentre, para serem transformados em bairros sociais.
Este assunto tem sido abordado insistentemente por parte da autarquia, mas o Estado ainda não passou para a câmara a gestão do bairro, algo que já estava acordado com o antigo director geral dos serviços prisionais.
Actualmente o bairro está quase desabitado. Sobra apenas uma casa que alberga uma família vítima de um incêndio há seis anos atrás. Uma situação de excepção que a câmara de Azambuja gostaria de ver alargada ás restantes casas.
Construídas para os funcionários dos estabelecimentos prisionais de Alcoentre, as casas foram sendo deixadas vagas ao longo dos últimos anos. Luis de Sousa justifica o abandono das habitações com o subsídio que o governo dá aos funcionários para a compra de casa “com esse subsídio conseguem comprar um apartamento no Cartaxo, Caldas ou Santarém, e vão-se embora”.
O resultado está à vista, diz o vereador “os bairros estão abandonados e está tudo a cair” acrescentando que a autarquia necessita daqueles imóveis para “realojar algumas famílias no âmbito da habitação social que vivem em barracas de chapa”.
O vereador acrescenta no entanto que a câmara já enviou algumas cartas ao Estado, destacando a situação social em que vivem algumas famílias, sendo que existem mesmo crianças referenciadas na comissão de protecção de crianças e jovens: por outro lado Luis de Sousa lamenta a venda de terrenos junto do estabelecimento prisional de Vale Judeus, sendo que estes voltaram a ser necessários para uma nova prisão. Agora e sem terrenos próprios, o Ministério da Justiça prepara-se para construir uma prisão na localidade de Virtudes, com tudo o que isso implica nomeadamente “o corte de pinheiros que é um dos pulmões de Azambuja”.
Mas os problemas de habitação social não se esgotam em Alcoentre. O outro pólo a “Quinta da Mina” luta há anos contra a falta de espaço.
Construído no início dos anos 90 para albergar as famílias de um bairro ilegal em Azambuja, o Bairro não teve problemas de maior no que toca à integração das primeiras famílias. Nos primeiros anos tudo correu bem, mas com o passar do tempo, alguns dos apartamentos começaram a ser ocupados ilegalmente por pessoas oriundas de fora do concelho, em grande maioria de etnia cigana. Os desaguisados constantes sobretudo entre famílias, trouxeram um clima mais tenso ás relações entre vizinhos. Ao memo tempo a falta de controlo da câmara da ocupação das casas, veio a agudizar o problema, que em muitos casos se traduziu na falta de pagamento das rendas, puxadas de luz e de água ilegais, bem como da TV Cabo e degradação das habitações.
Face a esta situação a autarquia está a negociar há alguns anos a saída das famílias de etnia cigana para outro espaço.
Durante algum tempo, as negociações estiveram num impasse, mas nos últimos meses a “câmara conseguiu chegar a acordo com a matriarca das famílias em causa” conforme explicou ao Vida Ribatejana Luis de Sousa.
A autarquia irá disponibilizar um terreno junto à ETAR de Azambuja para albergar as famílias em causa. Para já segundo Luis de Sousa o terreno já esta definido, falta apenas delinear o modelo de construção das habitações.
As casas que serão deixadas vagas na “Quinta da Mina”, serão recuperadas e colocadas ao serviço da habitação social. Na maioria, os apartamentos não têm soalho, as portas estão danificadas e as instalações de água e luz necessitam de ser revistas.