Tuesday, November 28, 2006

Ventos fortes e chuva fazem estragos em Azambuja

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A chuva e o vento forte que se fez sentir ao longo de todo o dia de sexta-feira, condicionou o trânsito em algumas estradas, até mesmo naquelas onde não se esperava tal cenário.
Foi o caso da estrada que liga Azambuja aos Casais de Vale do Brejo. A estrada do Vale Zambujo esteve cortada ao trânsito desde as quatro da manhã de sexta-feira, devido ao aluimento de terras. O corte que obrigou à circulação alternada durou quase todo o dia. Os bombeiros e a protecção civil, só no sábado é que conseguiram garantir a circulação, nas duas faixas de rodagem.
A freguesia da Maçussa foi a mais afectada. A localidade esteve isolada durante todo o dia, e nem de barco se conseguia chegar à localidade.
As estradas de acesso (via Ereira ou Manique) estiveram debaixo de água durante quase 12 horas, com a população e os serviços de protecção civil quase de mãos atadas. Contudo resignados alguns populares lá deixaram escapar na segunda-feira seguinte um desabafo “podia ter sido pior” referiu o proprietário da única bomba de gasolina existente na Maçussa.
Não escaparam à força da água, Aveiras de Cima, Aveiras de Baixo e Vale do Paraíso, onde se registaram apenas alguns aluimentos de terras.
Em Azambuja o cenário foi mais grave. As novas ruas, construídas no âmbito de um plano de requalificação urbano, encheram-se de água, que era tanta “ou mais do que os semidouros conseguiam escoar” disse uma comerciante ao Vida Ribatejana.
Desde a rotunda poente, até ao largo da Câmara, foram poucos os bombeiros que se juntaram para tentar abrir os ralos, para que a água escoasse mais depressa. Indiferentes ao trabalho dos bombeiros, alguns condutores tentavam de qualquer forma atravessar o rio em que se transformara a principal rua da vila. Em consequência disso, alguns desrespeitos e falta de civismo, e num caso uma desobediência à GNR, levou a que um condutor embatesse violentamente num passeio entretanto submerso pelas aguas. Atitude que lhe valeu também uma coima, por parte das autoridades.
Aliás foi na rotunda poente que a situação foi mais grave. Paredes-meias do local, corre uma ribeira, com águas provenientes dos Casais dos Britos.
O caudal da ribeira encheu ate não poder mais, saindo do seu leito e acabando por alagar parte significativa do Campo da Feira.
Tal situação durou apenas algumas horas. A maré acabou por baixar, levando os ribeiros ao seu curso normal.
Em Vila Nova da Rainha, a população na pregou olho. Os rios Ota e Alenquer juntam-se na localidade, e as fortes chuvadas levaram a que ambos quase galgassem as margens, colocando em perigo algumas casas.
“A população esteve em alerta toda a noite” referiu um morador, que salientou “desde 2000 que não via uma coisa assim”.
Já na segunda-feira, com a situação normalizada, os populares ainda continuavam desconfiados dos rios. Curioso e atento um morador de Vila Nova da Rainha frisou mesmo que a situação podia ser pior se “o rio galgasse mais atrás, alagava a lezíria, e muitas casas que estão para ali” dizia o munícipe enquanto apontava para a zona da auto-estrada que atravessa a lezíria.
Mesmo com muita chuva, só na tarde de domingo é que as estradas de acesso ao campo começaram a ficar intransitáveis. Primeiro na zona de Valada do Ribatejo, isolando a localidade. Depois com o pico da maré, ficaram submersas as estradas do campo de Azambuja. Na segunda-feira já não se podia passar a partir da ponte da Vala Real. No campo segundo Pedro Cardoso da protecção Civil Municipal, ficaram apenas algumas pessoas que se recusaram a sair. Entre elas, estão os avieiros, homens habituados ás cheias, e alguns moradores que reforçaram a sua intenção de ficar em casa.
Contudo a protecção civil retirou um casal, a seu pedido de uma casa no campo que poderia ficar alagada. Os animais de criação que tinham foram colocados em locais menos acessíveis à água e no fim-de-semana, o casal já passou a noite em Azambuja e, casa de familiares.,