Wednesday, February 07, 2007

PJ efectua buscas na Câmara de Salvaterra de Magos



A Polícia Judiciária (PJ) realizou hoje buscas na Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, no âmbito de investigações sobre suspeitas de tráfico de influências e peculato. A presidente da autarquia, Ana Cristina Ribeiro, do Bloco de Esquerda, já terá sido constituída arguida.
Para além das instalações da Câmara, a Polícia Judiciária (PJ) efectuou ainda buscas em casas de alguns vereadores, indica a SIC Notícias. O canal de televisão avança ainda que a presidente da autarquia foi constituída arguida no âmbito de um processo relacionado com fraudes em licenciamentos camarários sob investigação.Fonte da PJ disse à agência Lusa que as buscas, realizadas durante a manhã por elementos da Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira, decorreram no âmbito de investigações iniciadas ainda antes das eleições autárquicas, em Outubro de 2005, envolvendo a presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, a única autarquia do país actualmente liderada pelo Bloco de Esquerda.Fonte do gabinete da presidência da autarquia confirmou, em declarações à TSF, que a Judiciária esteve nos Paços do Concelho, mas recusou-se a adiantar mais pormenores sobre a presença da polícia. Em declarações à mesma rádio, o vereador socialista Nuno Antão indicou que alguns funcionários e munícipes "foram impedidos" de entrar na Câmara e que a reunião do executivo camarário agendada para hoje foi cancelada sem quaisquer explicações.


(in jornal público)

Monday, February 05, 2007

Centro de observação de aves criado na na lezíria vila-franquense




O dia mundial das “zonas húmidas” foi o mote aproveitado para a assinatura de um protocolo, com vista à criação de um centro de observação de aves na lezíria de Vila Franca de Xira.


È mais comum em Inglaterra, contudo em Portugal começa-se a dar agora os primeiros passos com vista à criação de espaços de observação de aves.
Na passada sexta-feira, governo, autarquias e várias instituições ligadas à natureza, deram o primeiro passo, para a criação do Espaço de Visitação e Observação de Aves na Reserva Natural do Estuário do Tejo.
O espaço que fica situado em terrenos da Companhia das Lezírias, deverá, segundo os responsáveis, ser candidatado a apoios do novo quadro comunitário de apoio, pelo que se aponta para o corrente ano, o início da sua instalação.
Não foi à toa que o local foi escolhido pelos amantes na natureza. Aquele é um dos locais por excelência de observação de aves do estuário do Tejo.
Trata-se de um local em pleno estuário do Tejo, digno de uma beleza natural, e com características únicas para a actividade.
São perto de 100 mil, as aves, que passam pelo local. Sendo que a grande maioria são espécies protegidas, os responsáveis atribuem a este projecto uma “importância capital”.
O início desta ideia, remonta a Junho de 2005. O primeiro passo foi dado pela Aquaves, Companhia das lezírias, Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e Liga para a Protecção da Natureza.
Depois de várias reviravoltas no projecto, os promotores não baixaram os braços, e agora depois deste primeiro passo acreditam, que será mais fácil agora obter os fundos necessários à sua concretização.
Segundo o protocolo assinado sexta-feira, os promotores desta iniciativa têm agora dois anos para conseguir os fundos. Caso isso não aconteça, terão de ser encontradas outras soluções, que são encaradas de forma positiva pelos responsáveis desta iniciativa, entre elas, o estado representado no protocolo pelo secretário de estado do ambiente Humberto Rosa.
De resto o protocolo agora assinado, foi também alargado a outras entidades, nomeadamente o Instituto da Conservação da Natureza e a Associação de Beneficiários da Lezíria grande de Vila Franca de Xira.
Este novo projecto, que será desenvolvido na lezíria vila-franquense, perto da Ponta da Erva, local onde o rio Sorraia desagua no Tejo e terá como companhia a agricultura biológica.
Victor Barros presidente da Companhia das Lezírias, sublinhou a importância do local, e o empenho em mantê-lo preservado o mais possível.
Para além de terrenos da posse da Companhia das Lezírias, o espaço de cerca de 14 mil metros quadrados, é também partilhado por “cerca de 300 agricultores que também estão a caminhar no mesmo sentido”, destacando o enquadramento técnico “feito através da Associação de Beneficiários da Lezíria grande de Vila Franca de Xira, com técnicos jovens “ e que estão a trabalhar no sentido de haver cada vez mais uma agricultura de precisão “que seja eficiente no aproveitamento dos factores de produção e que não lexivie” vincando que este empenho vai permitir a preservação dos recursos naturais existentes no local.
Por outro lado Victor Barros, diz que hoje há uma preocupação por parte dos agricultores “que têm à sua guarda valores naturais muito importantes para o cidadão em geral” acrescentando que “se aqui estamos hoje, deve-se ao facto de haver este tipo de agricultura”.
Victor Barros, aproveitou aliás a presença do secretário de estado “para lhe pedir o empenho neste projecto. Já que projectos como este são demasiado importantes”.
Maria da Luz Rosinha, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira destacou por seu lado a importância desta iniciativa, apontando por um lado a entrada de novos parceiros neste projecto.
Para a autarca a criação do Espaço de Visitação e Observação de Aves, “poderá ser um espaço pioneiro em todo o nosso país, sabemos que tem muitos interessados e que ao mesmo tempo permite preservar as espécies e o espaço envolvente”
A edil lembrou a historia deste projecto, lamentando o facto de não ter avançado antes, pois “não foram encontrados os meios de financiamento necessários” agora e com uma parceria mais alargada, com a entrada de entidades diversas e com alguma responsabilidade na área ambiental, como é o caso da Liga para a Protecção da Natureza, a autarca acredita que estas são “o garante de uma intervenção articulada e cuidada” e por isso adianta que existem expectativas que “este seja o primeiro passo do muito que podemos fazer em conjunto” na área ambiental.
O protocolo agora assinado, vai também permitir a exploração turística do espaço, sendo esta condicionada. O regulamento de acesso ao local terá de ser concluído em dois meses.
Por outro lado, o documento veicula também responsabilidades à Companhia das Lezírias, que terá de disponibilizar um terreno, para a construção das infra-estruturas de apoio.
Humberto Rosa Secretário de Estado do Ambiente destacou de forma positiva o empenho das diversas entidades na execução deste projecto.
O governante vincou o desenvolvimento conseguido pelo país na recuperação das zonas húmidas, “estamos na fase do reconhecimento pleno dos serviços que elas nos prestam. E é isto que cremos que assinalam estes protocolos”.
São, segundo o governante, serviços que os ecossistemas “nos dão e não os valorizamos, limpam-nos as águas, fornecem-nos nutrientes são viveiros para as pescas”, lembrando que quando são implantadas algumas medidas de restrição “não é contra, mas a favor das pessoas. Portanto estamos a montante a prevenir alguns serviços, que a comunidade precisa e isso é importante”.
Humberto Rosa, lembra por outro lado que as parcerias são importantes nestes projectos. E explica que só se consegue uma boa gestão do território “onde queremos os objectivos da conservação da natureza envolvendo a comunidade” onde se destacam os produtores agrícolas, florestais, e câmaras municipais “que são quem usufrui e no fundo gere a natureza” frisando que esse é um “serviço” que também interessa aos agricultores que aqui estão. São eles que “gerem esta paisagem, e diria mesmo que a actividade deles beneficia se puderem mostrar continuadamente que conseguem produzir, mantendo os outros serviços adicionais, ao da simples produção” disse frisando que o projecto passará a ser uma mais valia adicional naquela zona húmida, que valoriza a região e os outros municípios.
No que toca ao estuário do Tejo, Humberto Rosa, fez questão de salientar que existe um novo dinamismo. Trata-se da implantação de algumas parcerias, como é o caso das salinas do Samouco em Alcochete, que ambiciona novas instalações, e onde o governo se irá empenhar para conseguir encontrar uma forma de funcionamento mais estável.


Sunday, February 04, 2007

Visita aos bombeirosde azambuja fazem delícias de duas dezenas de crianças




Perto de duas dezenas de crianças do Centro Paroquial e Social de Azambuja, deliciaram-se na passada quinta-feira, com os carros de bombeiros.
O convite das portas abertas partiu do comando azambujense, e as crianças não se fizeram rogadas.
Conhecendo-se o fascínio que as crianças têm pelos carros dos bombeiros, não é difícil imaginar o tipo de perguntas e os comportamentos irrequietos que tiveram, ao chegar junto dos veículos, cuidadosamente expostos para todos verem o trabalho dos bombeiros. O cicerone foi o próprio comandante da corporação, Pedro Cardoso, que fez questão de não deixar por responder, qualquer pergunta dos mais pequenos.
Para que serve um extintor, um compressor, ou mesmo os pinos que se encontravam numa das viaturas, nada foi deixado ao acaso pelos “aspirantes a bombeiros”.
“Oh senhor chefe, para que é aquilo” dizia uma criança apontando para um dos pinos. Cardoso lá explicava que servia para assinalar a presença dos bombeiros, num determinado teatro de operações. Mas as perguntas iam mais longe. As crianças interrogaram sobre tudo. Os carros de fogo, as ambulâncias e até como poderiam vir a ser bombeiros.
Todavia o momento alto desta visita de estudo, deu-se quando Pedro Cardoso, deixou que as crianças se sentassem num dos autotanques que estava no parque de viaturas.
Esta foi aliás uma das primeiras visitas. O comandante explicou ao Vida Ribatejana, que para já não existem mais visitas calendarizadas, contudo, uma das iniciativas dos bombeiros, é aproximarem-se da população mais jovem do concelho de Azambuja.



Nova sede da Segurança Social de Azambuja


A inauguração da nova sede da segurança social de Azambuja, ficou marcada pelo apelo de Joaquim Ramos, para que a organização reapreciasse a candidatura ao programa PARES (Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais). O autarca lembrou a falta de espaço pelo qual a instituição luta diariamente, aproveitando os elementos da segurança social presentes no evento.


A segurança social de Azambuja inaugurou esta quinta-feira as suas novas instalações. O novo espaço, agora situado em frente ao futuro mercado municipal, já está equipado com as últimas novidades ao nível do atendimento aos utentes.
O novo equipamento, mais amplo que o anterior, fica situado numa loja, num rés-do-chão, agora mais acessível a deficientes.
Antigamente, os utentes mais idosos, ou portadores de deficiência, tinham dificuldades em se deslocar aos serviços, uma vez que se situavam num primeiro andar sem elevadores.
Agora, as novas funcionalidades do novo espaço, permitem, o acesso a todos. Contudo a entrada dos deficientes, faz-se por uma porta nas traseiras do edifício, que possui uma campainha. Segundo um responsável da segurança social, em termos técnicos não era possível construir uma rampa na parte frontal do equipamento com a inclinação necessária, optando-se pela outra solução.
Segundo Rosa Araújo, Directora Regional da Segurança Social de Lisboa, sublinhou o empenho dos funcionários na mudança de casa, vincando igualmente as necessidades que levaram a que a instituição se mudasse para a casa nova.
Nesta altura “existem aqui instrumentos facilitadores de um melhor atendimento” destacando a “segurança social directa, o pagamento por multibanco” vincando a necessidade de ter atenção “a todos que têm mobilidade reduzida. Não são só os deficientes, são também os idosos”.
O novo espaço ganhou também mais um balcão de atendimento, bem como um sistema de gestão, que entre outras funcionalidades, permite saber o tempo médio de espera nos serviços, algo inexistente nas antigas instalações existentes no Centro Social e Paroquial de Azambuja.
Joaquim Ramos, presidente da Câmara Municipal de Azambuja, salientou a mais valia daquele espaço para concelho, vincando que este representa mais um passo na aproximação da administração pública dos cidadãos.
Contudo, o autarca aproveitou o momento para interceder junto da segurança social a favor da CERCI – Flor da Vida de Azambuja.
Em causa está uma candidatura ao programa PARES (Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais).
De acordo com o edil, a instituição está com dificuldades de espaço, e embora já possua outras instalações, o alargamento de um dos edifícios de que e proprietária, poderia ser uma solução.
Ramos lembrou a importância desta instituição “na ajuda a quem precisa” abordou Rosa Araújo, “para que a candidatura da CERCI – Flor da Vida, recusada numa primeira fase, fosse revista agora”.
Rosa Araújo disse ter registado o apelo do autarca, que de resto reconheceu que aquele não era o momento oportuno, para a reivindicação.

“Mulher de Armas” completa um século de vida em Alcoentre


Maria Duarte completou na passada sexta-feira cem anos de vida.
Em Alcoentre onde mora, todos a conhecem por Maria Mouca, um nome herdado da mãe que tinha problemas de surdez.
O aniversário de Maria mouca, foi celebrado em família. A casa onde mora foi pequena para acolher os cinco filhos, doze netos, dezassete bisnetos e dois trinetos.
Aos cem anos, a anciã da família está de perfeita saúde, tão perfeita que é raro tomar um comprimido. As idas aos médicos, fazem-se, apenas por rotina, contudo quando lá vai, fá-lo contrariada, contou um dos filhos ao Vida Ribatejana.
Da vida pouco fala. E quando lhe perguntamos como foi, responde “foi a trabalhar. A servir. A acartar lenha”.
Algumas deficiências na audição, fruto já da idade avançada, não chegam para que Maria Mouca perca o sentido de humor. Junto dos trinetos, que a beijavam carinhosamente pousando para a fotografia, esboça um sorriso, humilde e sincero. É junto deles que se sente bem.
O prato favorito é peixe, com especial gosto para uns caparaus assados, ou uma posta de bacalhau cozido “ e come bem, limpa o prato todo, confidenciou-nos um dos filhos, que lembra a forte personalidade dos pais, vincando que também o pai faleceu com 96 anos de idade.
Ainda se lembra da altura em que conheceu o marido, com quem ficou até aos últimos dias de vida “foi num baile” disse, há muitos anos.
Os tempos foram difíceis. Atravessaram algumas crises, e um dos filhos lembra mesmo o tempo “em que uma sardinha era dividida por todos” e graceja dizendo quem “ o tamanho das sardinhas era o mesmo das de hoje”.
A meio da tarde, Maria Mouca, ouviu cantar-lhe os parabéns, e de uma só sopradela, apagou as velas do seu centésimo aniversário, cujos filhos se recusam a colocar num lar. De quinze em quinze dias, roda entre os filhos a responsabilidade de olharem pela mãe. “a união da família parece ser o segredo, para a longevidade dos pais” confidenciou ao Vida Ribatejana, um amigo da família.