Monday, February 05, 2007

Centro de observação de aves criado na na lezíria vila-franquense




O dia mundial das “zonas húmidas” foi o mote aproveitado para a assinatura de um protocolo, com vista à criação de um centro de observação de aves na lezíria de Vila Franca de Xira.


È mais comum em Inglaterra, contudo em Portugal começa-se a dar agora os primeiros passos com vista à criação de espaços de observação de aves.
Na passada sexta-feira, governo, autarquias e várias instituições ligadas à natureza, deram o primeiro passo, para a criação do Espaço de Visitação e Observação de Aves na Reserva Natural do Estuário do Tejo.
O espaço que fica situado em terrenos da Companhia das Lezírias, deverá, segundo os responsáveis, ser candidatado a apoios do novo quadro comunitário de apoio, pelo que se aponta para o corrente ano, o início da sua instalação.
Não foi à toa que o local foi escolhido pelos amantes na natureza. Aquele é um dos locais por excelência de observação de aves do estuário do Tejo.
Trata-se de um local em pleno estuário do Tejo, digno de uma beleza natural, e com características únicas para a actividade.
São perto de 100 mil, as aves, que passam pelo local. Sendo que a grande maioria são espécies protegidas, os responsáveis atribuem a este projecto uma “importância capital”.
O início desta ideia, remonta a Junho de 2005. O primeiro passo foi dado pela Aquaves, Companhia das lezírias, Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e Liga para a Protecção da Natureza.
Depois de várias reviravoltas no projecto, os promotores não baixaram os braços, e agora depois deste primeiro passo acreditam, que será mais fácil agora obter os fundos necessários à sua concretização.
Segundo o protocolo assinado sexta-feira, os promotores desta iniciativa têm agora dois anos para conseguir os fundos. Caso isso não aconteça, terão de ser encontradas outras soluções, que são encaradas de forma positiva pelos responsáveis desta iniciativa, entre elas, o estado representado no protocolo pelo secretário de estado do ambiente Humberto Rosa.
De resto o protocolo agora assinado, foi também alargado a outras entidades, nomeadamente o Instituto da Conservação da Natureza e a Associação de Beneficiários da Lezíria grande de Vila Franca de Xira.
Este novo projecto, que será desenvolvido na lezíria vila-franquense, perto da Ponta da Erva, local onde o rio Sorraia desagua no Tejo e terá como companhia a agricultura biológica.
Victor Barros presidente da Companhia das Lezírias, sublinhou a importância do local, e o empenho em mantê-lo preservado o mais possível.
Para além de terrenos da posse da Companhia das Lezírias, o espaço de cerca de 14 mil metros quadrados, é também partilhado por “cerca de 300 agricultores que também estão a caminhar no mesmo sentido”, destacando o enquadramento técnico “feito através da Associação de Beneficiários da Lezíria grande de Vila Franca de Xira, com técnicos jovens “ e que estão a trabalhar no sentido de haver cada vez mais uma agricultura de precisão “que seja eficiente no aproveitamento dos factores de produção e que não lexivie” vincando que este empenho vai permitir a preservação dos recursos naturais existentes no local.
Por outro lado Victor Barros, diz que hoje há uma preocupação por parte dos agricultores “que têm à sua guarda valores naturais muito importantes para o cidadão em geral” acrescentando que “se aqui estamos hoje, deve-se ao facto de haver este tipo de agricultura”.
Victor Barros, aproveitou aliás a presença do secretário de estado “para lhe pedir o empenho neste projecto. Já que projectos como este são demasiado importantes”.
Maria da Luz Rosinha, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira destacou por seu lado a importância desta iniciativa, apontando por um lado a entrada de novos parceiros neste projecto.
Para a autarca a criação do Espaço de Visitação e Observação de Aves, “poderá ser um espaço pioneiro em todo o nosso país, sabemos que tem muitos interessados e que ao mesmo tempo permite preservar as espécies e o espaço envolvente”
A edil lembrou a historia deste projecto, lamentando o facto de não ter avançado antes, pois “não foram encontrados os meios de financiamento necessários” agora e com uma parceria mais alargada, com a entrada de entidades diversas e com alguma responsabilidade na área ambiental, como é o caso da Liga para a Protecção da Natureza, a autarca acredita que estas são “o garante de uma intervenção articulada e cuidada” e por isso adianta que existem expectativas que “este seja o primeiro passo do muito que podemos fazer em conjunto” na área ambiental.
O protocolo agora assinado, vai também permitir a exploração turística do espaço, sendo esta condicionada. O regulamento de acesso ao local terá de ser concluído em dois meses.
Por outro lado, o documento veicula também responsabilidades à Companhia das Lezírias, que terá de disponibilizar um terreno, para a construção das infra-estruturas de apoio.
Humberto Rosa Secretário de Estado do Ambiente destacou de forma positiva o empenho das diversas entidades na execução deste projecto.
O governante vincou o desenvolvimento conseguido pelo país na recuperação das zonas húmidas, “estamos na fase do reconhecimento pleno dos serviços que elas nos prestam. E é isto que cremos que assinalam estes protocolos”.
São, segundo o governante, serviços que os ecossistemas “nos dão e não os valorizamos, limpam-nos as águas, fornecem-nos nutrientes são viveiros para as pescas”, lembrando que quando são implantadas algumas medidas de restrição “não é contra, mas a favor das pessoas. Portanto estamos a montante a prevenir alguns serviços, que a comunidade precisa e isso é importante”.
Humberto Rosa, lembra por outro lado que as parcerias são importantes nestes projectos. E explica que só se consegue uma boa gestão do território “onde queremos os objectivos da conservação da natureza envolvendo a comunidade” onde se destacam os produtores agrícolas, florestais, e câmaras municipais “que são quem usufrui e no fundo gere a natureza” frisando que esse é um “serviço” que também interessa aos agricultores que aqui estão. São eles que “gerem esta paisagem, e diria mesmo que a actividade deles beneficia se puderem mostrar continuadamente que conseguem produzir, mantendo os outros serviços adicionais, ao da simples produção” disse frisando que o projecto passará a ser uma mais valia adicional naquela zona húmida, que valoriza a região e os outros municípios.
No que toca ao estuário do Tejo, Humberto Rosa, fez questão de salientar que existe um novo dinamismo. Trata-se da implantação de algumas parcerias, como é o caso das salinas do Samouco em Alcochete, que ambiciona novas instalações, e onde o governo se irá empenhar para conseguir encontrar uma forma de funcionamento mais estável.


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