Tuesday, March 27, 2007

"Gange" aterroriza taxistas em Azambuja


Dois taxistas de Azambuja foram no final da semana passada agredidos, roubados num dos casos sequestrados por imigrantes de leste que ainda estão por encontrar. O roubo rendeu cerca de 50 euros e um telemóvel, mas foras as agressões e o esfaqueamento de um colega que fizeram com um destes taxistas já tivesse deixado a profissão.

Um jovem taxista de Azambuja, foi assaltado passada quinta-feira em Azambuja.
Segundo apuramos, o taxista terá apanhado dois passageiros na localidade de Vale da Pedra (Cartaxo) com destino a Azambuja.
Todavia, este não era um serviço para este taxista, mas para outro que por ter em mãos outro trabalho, pediu ao colega que assegura-se o transporte destes passageiros.
Durante o percurso, os dois meliantes encostaram uma arma branca ao taxista, e obrigaram-no a parar na zona da Guarita, em plena estrada nacional 3.
Sob ameaça da faca. O taxista foi arrastado para fora do carro, vendado, amarrado e agredido violentamente pelos dois que ainda não estão identificados, segundo as autoridades policiais.
Os assaltantes conseguiram extorquir perto de 50 euros ao taxista, e levaram ainda o telemóvel da vítima, colocando-se em fuga com o táxi, que mais tarde viriam a abandonar no terminal de Azambuja, até porque quando furtaram o carro, este não tinha muita gasolina, só a suficiente para fazer um serviço, que aparentemente seria rotineiro.
Foi com dificuldade que a vitima conseguiu deslocar-se para junto de um as pessoas que estavam a escassos metros de onde tudo aconteceu.
De acordo com uma fonte próxima, terá sido o próprio a conseguir libertar-se da fita adesiva que tinha nas pernas, contudo não terá conseguido libertar as mãos, porque para além da fita adesiva, tinha sido atado com braçadeiras de serrilha.
Já a caminho de Azambuja, o taxista terá conseguido uma boleia junto à Quinta de Vale Fornos, tendo-se deslocado de imediato para o posto da GNR.
Todavia e apesar de próximas, as pessoas que terão ajudado o taxista, não terão visto o incidente, pelo que nesta altura cabe as autoridades investigar o sucedido.
Entretanto Fernando Andrade, o taxista a quem tinha sido solicitado o serviço pelos passageiros e o colega agredido tomaram a iniciativa de tentar identificar os agressores do colega. Já no Vale da Pedra e munidos da morada dos suspeitos, Fernando bateu à porta “e à janela veio um outro elemento que não fazia parte do grupo de dois homens que terão sequestrado e agredido o colega disse-me que ali não morava nenhum Pedro”.
Os dois taxistas foram então até ao café e já à saída Fernando Andrade é abordado pela pessoa a quem tinha perguntado pelo Pedro “nessa altura encostou-se a mim e espetou-me a faca no peito duas vezes. À terceira já estava à espera e consegui agarrar a faca, cortei a mão mas consegui dominar a situação”.
Já caído no chão, o agressor colocou-se em fuga, tendo sido detido pelas autoridades horas depois.
De acordo com Fernando Andrade a chamada que deu origem a este incidente foi feita para o seu telemóvel pessoal. Uma questão que é facilmente explicável pelo facto do taxista ter colocado em alguns cafés carões de visita. Inclusive no próprio café onde aconteceu a agressão, existe um cartão seu ao qual os elementos deste “grupo” podiam ter tido facilmente acesso.
Fernando Andrade foi assistido de imediato no hospital de Santarém, e apesar deste incidente garantiu ao Vida Ribatejana que não irá mudar a sua maneira de estar no trabalho “irei ter mais cuidado é com as pessoas que se encostem a mim”.
Para já este incidente fez com que dois taxistas abandonassem a profissão. Um deles, o homem que estava no local certo, mas à hora errada.


Monday, March 26, 2007

População do Carregado protesta


A população da freguesia do Carregado e dos Cadafais, juntou-se na passada quarta-feira em frente da extensão do centro de saúde local. O objectivo era recolher assinaturas para reivindicar junto da ARS mais médicos para uma unidade onde mais de 3500 utentes não têm médico de família.

Cerca de meia centena de pessoas, participaram na passada quarta-feira num encontro de protesto contra a falta de condições da extensão de saúde do Carregado.
O protesto, para o qual foram chamados os utentes dos Cadafais e Carregado, tinha como objectivo sensibilizar a ARS (Administração Regional de Saúde) para a falta de médicos de família, e para o horário de funcionamento daquela unidade.
Durante uma intervenção, que serviu de apelo à unidade dos utentes da extensão, Rogério Silva disse estar certo que aquela era uma luta justa, tanto mais que muito dos presentes nesta concentração já sentiram na pele “o que é não ter médico de família e outros sentem também o que é vir para aqui diariamente de madrugada”.
O rosto deste protesto aproveitou o facto do dia de quarta-feira ter sido bastante ventoso, para classificar de “desumano” o facto do edifício com instalações novas e modernas “não abrir de madrugada, no sentido de acolher em condições dignas todos aqueles que aqui se deslocam para marcar a sua consulta no próprio dia”.
Neste sentido, Rogério Silva salientou a importância de um abaixo-assinado, para pressionar as entidades competentes, a atender as reivindicações da população da freguesia do Carregado e Cadafais.
Segundo apuramos, nesta altura as assinaturas recolhidas já ultrapassam o meio milhar, sendo que este é um número que “espelha o descontentamento dos populares”.
Ao longo de toda a semana, e depois do apelo de Rogério Silva, os populares passaram palavra e conseguiram juntar muitas mais assinaturas, que serão contabilizadas nos próximos dias.
Este é aliás um protesto que já não vem de agora. Na freguesia do Carregado existem mais de 3500 utentes sem médico de família. Os populares têm reivindicado uma solução para esse problema, mas a ARS disse na última edição do Vida Ribatejana que não existem médicos disponíveis para colmatar essa lacuna, salientando que “caso a direcção do Centro de Saúde de Alenquer ou a ARS não acolha aquilo que são as nossas preocupações, certamente que iremos propor aos utentes, novas iniciativas” lembrando que a comissão não irá parar e que aqueles que aqui estão hoje, serão mais numa próxima vez”
Rogério Silva, salientou contudo que a comissão de utentes fará tudo o que estiver ao seu alcança para resolver o assunto, e depois desta concentração, já informou que haverá outro encontro com a população, contudo ainda não tem data definida.

Crianças correm por Moçambique


As crianças do Centro Paroquial de Azambuja conseguiram na última semana angariar perto de 1500 euros para ajudar a construir escolas em Moçambique. Em troca correram todas juntas por esta causa nas ruas da vila de Azambuja. Ao todo participaram cerca de 400 alunos do centro paroquial.

Cerca de quatro centenas de crianças, do centro paroquial de Azambuja participaram esta segunda-feira na corrida solidária. Tratou-se de um convite dos médicos do mundo àquela instituição, no sentido de angariar fundos para a construção de escolas em Moçambique.
Ao longo de toda a semana, jovens desta instituição apelaram aos corações dos empresários, pais e lojistas de Azambuja, para que estes contribuíssem com donativos para ajudar as crianças moçambicanas.
O fruto desse trabalho, parece ter sortido algum efeito, até porque segundo Victor Martinho, um dos responsáveis por esta iniciativa “angariamos perto de 1500 euros” contudo o mesmo salientou que a verba final ainda não estava contabilizada.
O pecúlio será agora depositado numa conta no banco Montepio Geral à qual terão acesso os responsáveis desta iniciativa, os médicos do mundo, que canalizarão para as entidades moçambicanas.
Nesta corrida de solidariedade, que se repetiu um pouco por todo o país, participaram crianças de todas as idades daquela instituição, bem como os educadores que viram nos mais jovens um verdadeiro exemplo de uma causa, em que a solidariedade está em primeiro lugar.
Victor Martinho salienta o balanço desta iniciativa, e anunciou ao Vida Ribatejana que outras acções do mesmo género poderão ser realizadas num futuro próximo, nomeadamente uma outra corrida “ao nível de toda a comunidade escolar de Azambuja”.
Quanto ás crianças. Estas estavam felizes da vida. Primeiro porque “foi um dia diferente e depois porque conseguimos ajudar os meninos de Moçambique”.
O percurso desta corrida andou à volta do centro paroquial de Azambuja e do jardim urbano, e foi por alguns populares considerado o mais indicado “tendo em conta a idade dos miúdos” disse ao Vida Ribatejana um popular que se referiu a esta iniciativa “como um exemplo para os adultos que são egoístas, e não pensam em quem tem mais dificuldades”. Se duvidas houvesse, ficariam dissipadas nos olhos de alguns comerciantes que aderiram à iniciativa “mais por brincadeira, mas que nos deixa a pensar…. Deixa” disse um empresário ao Vida Ribatejana.
No fim de contas, as classificações não importaram, importaram-se mais as crianças a chegar ao centro, para um belo lanche de meio da manhã para retemperar energias.