Wednesday, March 21, 2007

Familia brasileira junta-se em portugal ao fim de 6 anos


Osmar João Gonçalves bem pode ser um exemplo de sucesso de um emigrante brasileiro em terras lusas. Este emigrante brasileiro saiu do Brasil há seis anos, e depois de ter Lutado contra as saudades e as dificuldades de um país diferente, conseguiu trazer a família para junto de si. A Osmar, juntaram-se no mês passado a mulher e as duas filhas, que em breve começarão a frequentar a escola

Faz no próximo mês de Junho seis anos que Osmar João Gonçalves está em Portugal. Aparentemente a história de Osmar é igual a tantas outras histórias de emigrantes oriundos do Brasil, todavia, Osmar alcançou no mês passado um dos seus maiores objectivos, e que nem sempre está ao alcance de todos.
Ao fim de seis anos, este emigrante, nascido em Baía, conseguiu juntar toda a família em Portugal, mas para trás, o percurso de Osmar, fica marcada por contrariedades que lhe mudaram o rumo de uma vida.
Ao Vida Ribatejana, este emigrante de 46 anos, destacou que no Brasil tudo lhe corria bem. Estudou até entrar na faculdade, tendo conseguido mesmo entrar em matemática, mas nunca chegou a completar a faculdade, porque entretanto já estava a trabalhar num banco privado, onde esteve durante 16 anos. Quando as coisas estavam encaminhadas, a crise bateu-lhe à porta, levando-o em conjunto com mais colegas, ao despedimento e ao abandono de uma actividade que até era do seu agrado.
No Brasil as oportunidades escasseavam, e foi depois de alguns contactos com primos brasileiros já a viver em Portugal, que Osmar decidiu deitar mãos à obra e rumar ao nosso país, com a ajuda da indemnização que recebera do banco onde trabalhara.
Ainda no Brasil e antes de vir para Portugal, Osmar, adquiriu uma quinta, onde tem alguns animais, que sempre dão algum rendimento à família. Depois da saída no mês passado da mulher e das duas filhas para Portugal, a gestão do espaço ficou entregue ao pai de Osmar, que em Portugal é funcionário de uma bomba de gasolina em Azambuja.
Quanto ao investimento feito na quinta, o emigrante diz “que no Brasil o investimento numa quinta com vacas e exploração de leite o rendimento é bom, porque é liquidez imediata. Entregou, recebeu e por isso não tem investimento”. Melhor ainda porque Osmar já trocou essa quinta por outra maior, aumentando assim o pecúlio da família e assegurando o seu futuro “ e criamos um património razoável para quem quer trabalhar”.
Já no nosso país, conta que não foi difícil adaptar-se aos nossos costumes. A língua era igual “e o relacionamento com o pessoal português foi bacana, e é divertido e apoia os brasileiros, porque falamos a mesma língua”. Um dado importante na integração deste emigrante em Portugal, que revela não estar arrependido de ter emigrado.
Como prova disso, Osmar consegui juntar a si a família que estava no Brasil e que só visitava uma vez por ano. Mas nem sempre foi assim “estive três anos em ir ao Brasil, só depois é que lá fui uma vez por ano” disse.
Segundo o emigrante, as saudades da família, foram os obstáculos mais difíceis de contornar. Já no que toca à gastronomia, salienta que o primeiro impacto foi difícil, “é muito frango e bife com batata frita” acrescentando que para matar as saudades da comida brasileira “eu fazia alguns pratos em casa, com aquilo que encontrava no supermercado”
Em Portugal, o emigrante tentou arranjar soluções para o conforto da mulher Ariene, esteticista no Brasil, e para as duas filhas do casal, Ana Luísa e Ana Laura com oito e 10 anos, que em breve começarão a ter aulas na escola básica de Azambuja. Numa primeira fase, a família está alojada num apartamento alugado, mas posteriormente, Osmar quer comprar uma casa para a família.
Para já Osmar Ariene, Ana Luísa e Ana Laura, estão instalados em Azambuja, e não têm planos urgentes para voltar ao Brasil, contudo essa é uma porta que não está fechada.

Balanço positivo na integração de emigrantes

Luis de Sousa vereador da Câmara Municipal de Azambuja considera que o processo de integração de emigrantes no município tem sido positivo.
Numa entrevista ao Vida Ribatejana, o responsável sublinhou o empenho da autarquia em conjunto com o ACIME (Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas), para uma integração mais efectiva dos forasteiros.
Segundo Luis de Sousa, o gabinete de apoio ao emigrante criado em Novembro de 2004 tem correspondido as expectativas criadas pelos emigrantes.
O ano passado foi de algum trabalho para o gabinete. Segundo os dados da autarquia, em 2006 foram atendidos 104 emigrantes, mas este é um numero que não satisfaz plenamente o vereador que vinca a sua convicção afirmando que “existem muitos mais emigrantes no nosso concelho ainda clandestinos e ilegais, e que por isso têm algum receio em vir dar a cara a este gabinete, e têm também medo que a Câmara os vá denunciar, o que não é verdade” diz Luís de Sousa, vincando que “se não fosse esse receio, muitos mais viriam ao gabinete” isto apesar da divulgação que a Câmara tem vindo a fazer, quer durante a Feira de Maio, ou de um programa de rádio que esteve no ar na Radio Ribatejo durante o verão do ano passado.
Segundo o vereador, esse programa pago pela autarquia, tinha como objectivo divulgar as iniciativas do ACIME, todavia a dispersão dos elementos levou a que o programa fosse cancelado. Por outro lado, Luis de Sousa destaca que foi criada também uma Associação de Imigrantes, que era a essa associação que cabia a realização do programa. O vereador vinca ainda que a associação ainda existe, mas que não funciona com subsídios da Câmara, uma vez que a autarquia apenas financiou a elaboração dos estatutos e da escritura.
No município de Azambuja, e de acordo com um estudo feito pela Câmara, predominam as mulheres imigrantes. Ao todo existem mais de 60 por cento de mulheres, contra 40 por cento de emigrantes homens.
No que toca ás nacionalidades, são os brasileiros que dominam com 71% do total de emigrantes no concelho de Azambuja. Seguem-se os ucranianos com 10 % e angolanos com sete por cento.
De resto no panorama concelhio há ainda registos de emigrantes angolanos, moldavos, chineses e marroquinos entre outros.
Na distribuição por freguesias, 86 por cento dos emigrantes estão fixados à sede de concelho, Azambuja. Quarenta por cento estão em Aveiras de Cima e seis em vale do paraíso.
A maioria dos emigrantes são casados, mas há também muitos solteiros e a viver em união de facto. O mesmo estudo da autarquia, salienta que 70% dos emigrantes vivem em casas alugadas, apenas 20 por cento têm casa própria, os restantes estão a morar em habitações cedidas por familiares ou conterrâneos.
Quanto ao emprego: 79 por cento estão empregados, apenas 25 por cento ainda procuram uma ocupação.

Tuesday, March 20, 2007

Junta de Azmbuja reivindica meios financeiros


Um armazém para servir de garagem aos carros da junta de freguesia e de refeitório aos trabalhadores, é um dos grandes projectos que em breve será uma realidade. Numa visita realizada pelos executivos da câmara e da junta de Azambuja, António Amaral, considera que tem uma boa relação com a câmara, mas as verbas que são descentralizadas ficam aquém das necessidades

António Amaral, presidente da Junta de Freguesia de Azambuja, diz-se satisfeito com o rumo que a freguesia está a levar. O autarca eleito nas listas do PS, disse ao Vida Ribatejana que existe um bom entendimento com o executivo municipal, e sublinhou que nos últimos anos tem sido notória, uma evolução ao nível urbanístico e paisagístico. O autarca que reclamava há perto de quatro anos um jardim público, viu no ano passado, essa pretensão satisfeita com a inauguração do jardim urbano, que nasceu das cinzas das antigas oficinas municipais.
Ao Vida Ribatejana, o presidente da junta salientou que o aumento de espaços verdes na freguesia têm contribuído para um acréscimo de trabalho para a junta.
À junta de freguesia cabe a manutenção dos espaços verdes, competência que foi descentralizada pela câmara municipal, António Amaral lamenta contudo que as verbas referidas no protocolo com a câmara não acompanhem a tendência de crescimento dos espaços verdes da freguesia, já que as verbas não foram ainda renegociadas. O autarca salienta que houve cortes nas verbas para as juntas de freguesia, e isso tem-se reflectido também na gestão daquele órgão autárquico. Por outro lado, o presidente da junta salienta que a sua autarquia tem também a responsabilidade da higiene e limpeza. Amaral vinca que o gasóleo tem aumentado, e que é quase inevitável que se proceda a uma renegociação, até porque “temos encargos sociais com o pessoal o que já de si é muito pesado” por outro lado Amaral, salienta que a junta já tem uma dimensão significativa, quer no número de trabalhadores, que já chega quase ás duas dezenas, quer ao nível do equipamento.
O presidente lembra ainda que a junta leva ainda a cabo alguns trabalhos que não são da sua compenetrai com são os casos da limpeza “das linhas de água, dos ribeiros, alargamento de pontões” entre outros.
Quanto ao novo enquadramento paisagístico da vila, o presidente da junta considera que as novas rotundas e os novos espaços ajardinados, contribuem para um melhor cartão de visita da freguesia, mas lembra que ao nível de segurança, as novas rotundas das entradas da vila, vieram a acrescer outro índice de segurança, quer para quem circula na estrada nacional 3, ou na vila de Azambuja.
Do trabalho do dia-a-dia, da junta de freguesia, António Amaral, destaca alguns projectos que gostaria de levar a cabo, mas também, algumas reivindicações à câmara. São os casos de algumas obras, que Amaral considera importantes e que terão ficado na agenda de Joaquim Ramos. Em causa está a recuperação de um espaço no parque Infantil no Largo do Espirito Santo, ou o alcatroamento de algumas estradas nos Casais de Baixo e dos Britos em Azambuja.
Por outro lado, Amaral já tem em projecto uma fonte para os Casais de Baixo, e num futuro próximo gostaria de recuperar a fonte de Santo António, conhecida pela sua qualidade da água de antigamente, e muito procurada na Feira de Maio, pois é lá que se realiza a celebre noite de fados.
O presidente da junta, destaca ainda a construção de um armazém no bairro da Ónia junto à GNR em Azambuja. A ideia inicial do espaço já tem alguns anos, mas o projecto só agora ficou pronto, e enquanto as obras não arrancaram, a junta de freguesia já nivelou o terreno e construiu muros de suporte, que serão as infra-estruturas básicas daquilo que servirá no futuro de garagem aos carros da junta, de refeitório para os trabalhadores e de armazém geral.

Encerramento da Opel faz cair produção


O encerramento da Opel em Azambuja em Dezembro do ano passado, está na origem da diminuição da produção automóvel em 11 por cento. O encerramento desta unidade está também associado ao aumento do desemprego, fazendo com que Azambuja supere a média nacional.

O encerramento da Opel em Azambuja terá contribuído para a queda da produção automóvel, em Janeiro e Fevereiro deste ano. Os dados são avançados pela Associação dos Industriais Automóveis, que salienta a queda em 11% nos dois primeiros meses do ano, face ao período homologo do ano anterior, sendo que a este caso junta-se o encerramento da fábrica da General Motors.
A mesma associação diz em comunicado que “foram produzidos até final de Fevereiro 30.036 novos veículos, menos 11% do que no período homólogo”.
Uma das justificações dessa queda, está relacionada com a baixa de produção de comerciais ligeiros “que baixou 56,8%” mas também a de pesados que “caiu 16,2%” contudo a produção de veículos ligeiros de passageiros aumentou 22,8%.
A associação não tem dúvidas em associar estes números o encerramento da fábrica a 18 de Dezembro de 2006.
A A.I.A. salienta ainda em comunicado que “do conjunto de veículos produzidos nesse período, 97,4% destinaram-se ao mercado externo e apenas 2,6% foram comercializados no território nacional”.
Contudo o encerramento da Opel está também associado ao desemprego. Os números adiantados no início do mês passado colocaram de resto o concelho de Azambuja, no top dos municípios com a taxa mais alta de desemprego no distrito de Lisboa.
Os dados que foram revelados na edição de 21 de Fevereiro do Vida Ribatejana, revelaram que Azambuja está acima da média nacional, sendo que o Municipio tem onze por cento de desempregados, contar os oito por cento nacionais.
Segundo os números da responsabilidade do Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP) no fim do ano passado, o concelho Azambuja registava 1104 desempregados inscritos, mais 176 que no final de Novembro e mais 88 do que no final de 2005.
Também Joaquim Ramos, presidente da Câmara Municipal de Azambuja admitiu que o encerramento da Opel veio a agravar a situação, mas na altura lembrou que a autarquia pouco pode fazer nesta matéria, e frisa que a Opel era “ a maior unidade empregadora da região” e o seu encerramento veio a colocar na rua 400 empregados, o que fez com que “ a taxa de desemprego subisse fulgurantemente”, argumentando que se este fenómenos se verificasse em Lisboa ou Loures “quatrocentos desempregados a mais ou a menos, não teria reflexo na taxa de desemprego”.