Saturday, March 17, 2007

“Nem uma enguia, quanto mais sável”


Mais uma vez os pescadores do concelho de Vila Franca de Xira dizem que o sável escasseia nas águas do Tejo. A opinião é unânime, as chuvas deste ano trouxeram mais expectativas, mas foram em vão. Há famílias que nem uma enguia, pescaram nos últimos meses

Os pescadores do Tejo de Vila Franca de Xira estão preocupados com a falta de peixe no rio. No mês dedicado ao sável, os pescadores queixam-se da falta deste peixe que é tão apreciado nos pratos da região.
Segundo António Cardoso, este ano “ainda não vi peixe nenhum” e embora as chuvas tivessem sido mais férteis este ano “a gente aqui ainda não pescou nada”. Sabem no entanto que mais a norte do Tejo, na zona de Salvaterra de magos, os pescadores têm outra sorte. O peixe por lá também não é muito, mas “o meu cunhado já apanhou uns dois ou três” quantia muito satisfatória para os tempos que correm diz António que revive com nostalgia os tempos de antigamente, “em que tínhamos de enterrar sável na areis, pois havia tantos que não os conseguíamos vender todos”.
A falta de sável é uma realidade há vários anos, mas António Cardoso salienta que nos últimos anos todas as espécies têm escasseado “muito por culpa do tempo, das chuvas e também das descargas para o Tejo” refere
Carlos Silva é da mesma opinião, todavia analisa por outro prisma a falta de sável. O ex-pescador atribui à mão humana as dificuldades de sobrevivência de qualquer peixe nas águas do Tejo. Em parte por causa das “descargas das fábricas, mas também por causa da cura do arroz na lezíria”, sendo esta na sua opinião uma das causas mais prováveis para a morte dos peixes. O Ex-pescador que deixou a faina por motivos económicos, diz que nos dias que correm “torna-se difícil aos pescadores viverem só da pesca” e vinca a necessidade de haver mais apoios do estado, para que a arte não morra.
Por outro lado, a actuação das autoridades, deixa muito a desejar. Carlos salienta que esta não fiscaliza como deve ser, e que devia centrar mais a sua fiscalização das curas aéreas do arroz “já que as águas da lezíria são drenadas para valas com ligação ao Tejo”. Na opinião de Carlos, a situação está mais relacionada com a “incúria” das pessoas, do que com fenómenos naturais, mas “quando tudo se junta…dá azar e o peixe ou morre ou não desce o Tejo”.
Júlio Lopes, reformado, passa as tardes quando está bom tempo, no jardim Constatino Palha em Vila Franca de Xira, é de lá que observa quando pode os barcos no Tejo, as curas do arroz e as angustias dos pescadores. Júlio disse ao Vida Ribatejana que ainda se lembra de fazer quilómetros com a família, quando morava em Benfica do Ribatejo, para vir a Vila Franca de Xira para comer um bom sável “E lembro-me ainda que, embora o sável nunca fosse um prato barato, era sempre o preferido nesta altura do ano”. Agora e com m ais tempo para a conversa, junta-se muitas vezes com os pescadores de Vila Franca de Xira no jardim a ou a jogar ás cartas, ou na conversa “ e é o que todos me dizem, o sável quase não existe, e para haver sável nas mesas dos restaurantes, temos de importa-los de Espanha, por exemplo”: Manuel Faria pescador reformado e um dos elementos da roda de amigos que entretanto se juntou para falar com o Vida Ribatejana diz: “sei que o sável já foi o ouro destas paragens” o pescador que só está em Vila Franca há meia dúzia de anos, refere que das vezes que em 15 anos foi à pesca do sável, só nos primeiros dez é que teve sorte “não era muito, mas já dava para as despesas. Agora não quase que temos de andar a pagar para trabalhar”.
Maria Júlia, descendente de uma família de pescadores avieiros de Vila Franca de Xira, também refere que havia outra expectativa para este ano “houve mais chuva e o tempo ajudou” mas mesmo assim “o meu homem foi ao Tejo e não pescou uma enguia quanto mais sável. Por isso senhor, não sei de onde vem o sável que este ano vai estar nos restaurantes” disse.
Enquanto isso, Júlia refere que a vida de pescador já não dá “muitos mudam de profissão, sendo as obras o sitio mais escolhido, porque muitos não têm habilitações”, por outro lado, salienta que as despesas são muitas “são as licenças, o gasóleo que está sempre a aumentar, e a gente que vai ao rio e não trás nada!”.

População exige centro de saúde aberto mais horas


No próximo dia 21 a população da freguesia do Carregado promete não arredar o pé da rua em frente à extensão do centro de saúde. Em causa estão as reivindicações por melhores condições de tratamento, numa freguesia que tem perto de 3500 utentes sem medico de família

A comissão de utentes da extensão de saúde do Carregado, vai promover no próximo dia 21, uma vigília nocturna e um abaixo-assinado junto ao edifício, para reivindicar mais condições de segurança e mais clínicos.
A decisão saiu de uma reunião com a população do Carregado na passada sexta-feira na junta de freguesia e dá conta da “insatisfação da população” segundo o vereador com o pelouro da saúde. José Manuel Catarino
A reivindicação já não é nova, e depois de uma carta, entretanto sem resposta, a pedir à ARS algumas alterações ao funcionamento daquela unidade, os utentes resolveram agir.
Recentemente numa sessão de Câmara extraordinária pela autarquia, alguns dos utentes queixaram-se da falta de condições daquela unidade. Mas sobretudo da falta de médicos e do horário de atendimento ao publico.
Na carta enviada à ARS, pedem a abertura das portas mais cedo, uma vez que são frequentes as filas de espera, a altas horas da madrugada, sobretudo de idosos, que têm de permanecer ao frio até que o segurança abra as portas ás oito da manhã.
O vereador lembra que o local só tem segurança durante o período de funcionamento, e reclama o alargamento da segurança e do funcionamento do centro 24 horas por dia.
Por outro lado, os utentes exigem mais clínicos, já que na freguesia existem perto de 3500 pessoas sem médico de família.
Para além disso, lembra que aquela é uma freguesia em crescimento, faz com que o vereador reivindique o alargamento do horário.
Outra das revindicações, passava pela utilização do hall do edifício, para que os utentes não tivessem de esperar na rua. Neste caso também não houve resposta, mas se por um lado Álvaro Pedro admitiu que a autarquia poderia eventualmente destacar um funcionário para assegurar a segurança do edifício, José Manuel Catarino é mais reservado, limitando-se a dizer que “essa é uma competência do poder central, e a câmara não se pode substituir ao estado”
José Manuel Catarino, responsável pelo pelouro da saúde da Câmara Municipal de Alenquer, considera entretanto que esta situação já está a prejudicar a vida aos utentes. Em declarações ao Vida Ribatejana, o vereador sustenta que as populações estão no seu direito de exigir melhores condições de saúde, e avança que a autarquia está determinada em permanecer ao lado dos utentes.
O vereador sublinha que a carta, onde eram feitos alguns pedidos à ARS de Lisboa, terá seguido logo após a reunião de Câmara extraordinária, e que até ao momento a Administração Regional de Saúde ainda não respondeu.


MAR

Azambuja e Alenquer festejam juventude



Azambuja e Alenquer são apenas dois dos exemplos dos concelhos que dedicam uma semana à juventude.
Ambos os municípios desdobram-se em actividades que vão desde a música, ao teatro, passando no caso de Alenquer por um original concurso de escrita criativa

Está aí mais uma semana dedicada à juventude nos concelhos de Azambuja e Alenquer.
Em Azambuja o evento prolonga-as de 19 a 31 de Março, e como habitualmente tem um cartaz recheado de actividades para os jovens.
Desde as actividades mais radicais ás culturais, há de quase tudo numa semana em que a Câmara Municipal de Azambuja aposta uma vez por ano.
Há também teatro, desporto, exposições, workshop’s e música.
Marco Leal vereador da cultura da autarquia, nega contudo que as actividades dedicadas à juventude se resumam apenas numa semana, adiantado que ao longo de todo o ano a Câmara tem apostado no dialogo com as associações de jovens do concelho, e que há outras actividades em curso.
As actividades vão percorrer as escolas do Municipio. Aliás a semana começa mesmo com o teatro que nos dias 19, 20, 21 e 22 com a peça “ Maria” do Teatro Nacional Dona Maria.
A 23 de Março as actividades desportivas centram-se na Escola EB1 de Aveiras de Cima do dia seguinte o Jardim Urbano de Azambuja é palco de 3 iniciativas diferenciadas. A começar com uma exposição de Carla Tavares, uma jovem artista plástica do concelho, seguindo-se uma actuação de Bruno Sky Fly , coreografo do espectáculo “Festa de Finalistas” no Coliseu dos Recreios da série “Morangos com Açúcar” e meia hora mais tarde num workshop de Streetdance aberto ao público.
Para o dia 31 de Março, está marcado um Peddy Paper Fotográfico com o ponto de encontro marcado para a Biblioteca Municipal. Para o finalizar em beleza este evento. A autarquia vai apostar na actuação de 3 bandas no Páteo Valverde. São elas a Acikuta, Squeeze Theeze Pleeze e Vicious Five, tendo o bilhete o custo de dois euros e que será colocado à venda no Páteo do Valverde.
Marco Leal, salienta porém o bom envolvimento das associações de jovens do município nesta iniciativa. O vereador destaca também a importância destes grupos, dos quais tem sido um dos principais impulsionadores. Foi aliás no mandato anterior, que o vereador decidiu apoiar a criação destas associações, tendo em vista um melhor envolvimento no desenvolvimento das políticas de juventude do concelho de Azambuja, as quais são discutidas ao longo de todo o ano.
As parcerias têm segundo o vereador “sido profícuas” e lamenta o facto das associações de jovens serem mais visíveis durante a semana a elas dedicada. Mas essa é uma situação que o vereador diz querer mudar. Independentemente do trabalho efectuado durante o ano nos bastidores, Marco Leal considera importante que as associações de jovens apareçam mais vezes fora desta área.
Houve contudo algumas situações que no passado “correram menos bem” e que agora e segundo o vereador “temos de mudar”.
Marco Leal, sublinha que houve um programa que era “o centro de juventude de Azambuja que numa determinada localização deu algum uso profícuo na passagem de jovens por lá, porque ao lado estava o espaço Internet” e lamenta que “desde que o centro Internet passou para o Páteo do Valverde aquilo desmobilizou-se o principio” e acrescenta que no seu entender “era difícil que o jovem vá ao encontro do centro de juventude, se não houvesse lá qualquer coisa para os motivar a ir lá”.
Houve no entanto outras questões que não correram bem no que toca à politica de juventude da autarquia. O Vereador referiu também que a emissão do cartão jovem, não correu bem, porque “apercebemo-nos que não poderíamos ter um cartão jovem municipal, pois que o poderia emitir era o ministério da juventude” e por estes motivos todos “temos de reajustar essas novas realidades” disse, o vereador, acreditando no sucesso da semana da juventude em Azambuja.

Alenquer também festeja a juventude de 18 a 24 de Março

Também no concelho de Alenquer, há uma semana dedicada á juventude, mas esta vai decorrer de dia 18 ao dia 24 de Março.
O pelouro da responsabilidade de José Manuel Catarino, preparou também uma série de iniciativas dedicadas aos jovens de todo o concelho de Alenquer.
O dia 18, Domingo, será dedicado à mobilidade, e a uma série de iniciativas com programa próprio.
As colectividades de Alenquer vão dar uma mão e o Sporting Clube de Alenquer promoverá um concurso de Grafitis e uma demonstração de hip-hop.
Na segunda 19, destaque para a Inauguração do Laboratório de Internet
Numa organização do Centro de Convívio de Albarróis.
Na Terça-feira o Sporting Clube de Alenquer promoverá um Workshop de defesa pessoal e na escola da Merceana decorrerá um debate sobre segurança rodoviária.
Na quarta-feira, a JCP de Alenquer promove um filme sobre Fidél Castro, e na quinta-feira repete-se o Workshop de defesa pessoal, na Merceana, bem como uma sessão de esclarecimento na freguesia da ventosa sobre condução defensiva.
Na sexta-feira, h+a musica no fórum Romeira, com as bandas Sci-fi, Benshee, e ainda a projecção de um filme sobre ambiente na Abrigada, e um debate na escola Damião de Goês sobre a mesma temática.
O sábado é dedicado ás mais variadas demonstrações culturais, que vão desde a dança, à ginástica e fotografia, passando por um original concurso de escrita criativa. A semana vai acabar em beleza, com a actuação da banda “Fonzie” no fórum Romeira em Alenquer.

Bombeiros do concelho Azambuja participam em simulacro


Perto de 6300 bombeiros participaram no passado sábado num exercício nacional promovido pelo Serviço Nacional Bombeiros e Protecção Civil em todo o país. O concelho de Azambuja não fugiu à regra e concentrou meios em Alcoentre num simulacro que juntou 106 bombeiros, 36 viaturas de dez municípios da área oeste

Um acidente entre um veículo de transporte de mercadorias e outro de matérias perigosas, foi o mote escolhido pelos bombeiros da zona operacional do oeste para um simulacro no passado sábado à noite.
O acidente simulado ocorreu na zona das Quebradas, freguesia de Alcoentre, contou com a presença de 36 viaturas de combate a incêndios, ambulâncias, e 106 bombeiros oriundos de 10 corporações.
No cenário ensaiado pelos soldados da paz, um acidente entre os veículos fez derramar combustível, o que levou a um incêndio de grandes proporções, que depressa se alastrou ás matas envolventes.
Passava pouco das dez da noite quando o alarme era dado nos bombeiros de Alcoentre. Para o local fizeram deslocar duas viaturas de combate a incêndio e uma ambulância. Chegados ao local, os bombeiros começaram por delimitar um perímetro de segurança, e através do lançamento de espuma, tentaram conter o derrame de gasolina. O cenário era quase uma realidade, não faltaram feridos, nem tão pouco os mirones que se iam aproximando do local, para ver o que se passava. Afinal, este foi um simulacro sem aviso prévio, que apanhou de surpresa inclusive alguns moradores da zona. E como nestas coisas também há jornalistas a tentar cobrir o incêndio, os bombeiros de Alcoentre fizeram questão de nos afastar, por motivos de segurança “é que embora isto seja a brincar… estamos a ser avaliados” dizia um bombeiro ao Vida Ribatejana.
Pouco tempo depois era dado o alarme geral. Começavam então a chegar carros de vários lados. Primeiro da Castanheira, depois de Azambuja, Alenquer, Lourinhã e Arruda dos Vinhos entre outras localidades, para combater o incêndio que então começou a dizimar perto de 25 hectares de floresta.
Pedro Cardoso, comandante dos Bombeiros de Azambuja, fez ao Vida Ribatejana um balanço positivo. O operacional que garantiu que os seus bombeiros partiram para este exercício sem saber que se tratava de um simulacro, salienta que “o facto de fazer este tipo de simulacros é sempre bom. Dá para ver o grau de operacionalidade dos bombeiros, e dá para corrigir eventuais erros” disse.
Estes exercícios repetiram-se um pouco por todo o país. Em todos os 18 distritos de Portugal continental e ilhas, participaram cerca de 6. 302 Bombeiros.
De acordo com o site do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, este foi exercício de âmbito nacional e com o nome de código PROCIV 2007 “ foi o primeiro do género realizado em Portugal, envolvendo também no terreno um total de 1. 528 Veículos”.
O exercício que contou com a colaboração das autoridades policiais, tem de resto um primeiro balanço positivo, mas para a semana “realizar-se-á o debriefing com as equipas de avaliação que estiveram no terreno com vista a fazer-se a avaliação final”.