Thursday, February 28, 2008

DAE: O aparelho que Salva Vidas


No concelho de Azambuja apenas os profissionais da Cruz Vermelha estão autorizados a usar um desfriblilhador.
Os bombeiros de Azambuja e Alcoentre também têm este equipamento, mas a mesma lei que os obriga a possuírem-no, impede-os de o usarem. Os comandantes dos corpos de bombeiros do concelho dizem que não podem, mas se for preciso utilizam-nos.



As ambulâncias dos corpos de bombeiros do país são obrigadas por lei a possuírem um desfibrilhador, porém são poucos os que os podem utilizar, já que a mesma lei que obriga os veículos de socorro a terem o equipamento, impede os soldados da paz de os usar, obrigando-os em casos agudos a aguardarem por um médico.
Esta é uma situação recorrente em todo o país, mas que os bombeiros querem que mude dentro da legislação que está para ser aprovada.
No entanto ao invés das corporações de bombeiros, os elementos da Cruz Vermelha podem utilizar o equipamento, mesmo sem supervisão médica.
Segundo José Torres comandante da Cruz Vermelha de Aveiras de Cima, todos os elementos daquela instituição estão credenciados para usar o equipamento. O responsável salienta que “todos os elementos têm reciclagens sobre o assunto, e lá para o final do ano irá um grupo fazer uma reciclagem” e vinca que “a vertente dos cursos da Cruz Vermelha não se fica pelas credenciações nacionais, porque a nossa estrutura permite-nos trabalhar em qualquer parte do mundo”.
Já nos bombeiros a situação é diferente. Em Alcoentre, Manuel Agostinho comandante da corporação, assume a que existência do equipamento é uma mais valia. O responsável diz que na teoria a associação não pode usar aquele equipamento “mas utilizamo-lo. E estou aqui para assumir a responsabilidade de o usar”.
Em Alcoentre existem dois DAE (Desfriblinhador Automático Externo) disponíveis nas duas ambulâncias de emergência da corporação. Manuel Agostinho assegura que os voluntários de Alcoentre têm pessoal devidamente formado, sob orientação de um cardiologista “que gere aquilo que fazemos” e lamenta o facto que o assunto não esteja a ser devidamente ponderado, e explica que na sua opinião “existe uma retracção que sejam apenas as equipes médicas a usar o equipamento”.
Uma situação que diz não ser a mais correcta e aponta os outros países da Europa como exemplo, onde existem esse equipamentos espalhados um pouco por toda a parte “nomeadamente em locais públicos”. Segundo Manuel Agostinho, os DAE podem ser usados por qualquer pessoa, desde que tenham os “os conhecimentos mínimos para os operar, não compreendemos porque é que em Portugal não se libera o seu uso”.
Manuel Agostinho diz que o DAE é fácil de operar “é um equipamento automático que analisa o que se passa ao nível do paciente, não há descargas não controladas” e o próprio equipamento faz a gestão passo a passo da sua utilização.
Pedro Cardoso, comandante dos bombeiros de Azambuja lamenta também o facto dos bombeiros não poderem usar o equipamento. Nas ambulâncias de Azambuja, existe apenas um desfibrilhador “porque o investimento é muito grande, cada equipamento custa perto de cinco mil euros” e lamenta que os bombeiros peçam com insistência formação “e ninguém nos dá. É uma guerra que tem existido com a Escola Nacional de Bombeiros, a liga e o ministério da saúde, e esperamos e desejamos que a nova ministra da saúde tenha uma abertura diferente” e diz ter esperança que o novo presidente do INEM, possa alterar as politicas que têm sido seguidas até aqui.
Pedro Cardoso lamenta também que em Portugal o DAE “seja considerado um acto médico, e que os médicos os possam utilizar”. O operacional diz que existem situações caricatas no país ao nível da utilização do DAE “como por exemplo, há elementos da SONAE que têm formação e podem utilizar. Segundo um jornal que hoje fala no assunto, todas as empresas deste grupo têm desfriblilhadores e podem usar”.
Cardoso é lacónico e peremptório. O comandante dos bombeiros de Azambuja diz que das autoridades “espero que nos façam o favor de nos dar formação e que nos façam o favor de deixar salvar pessoas” disse.


Castro de Vila Nova de São Pedro valorizado


A Câmara de Azambuja prepara-se para expropriar os terrenos onde está o castro de Vila Nova de São Pedro. O assunto já se arrasta há alguns anos, e a câmara diz não ter condições financeiras para pagar as verbas exigidas pelos proprietários.
Em breve o Castro será requalificado e será construído um centro de interpretação, tudo para valorizar o monumento



Ainda não existem datas concretas, mas a expropriação dos terrenos onde está o Castro de Vila Nova de São Pedro já é uma certeza.
Joaquim Ramos presidente da Câmara Municipal de Azambuja disse esta semana que a expropriação é a única forma de valorizar o Castro, porque todas as negociações com os proprietários dos terrenos foram goradas.
As declarações do autarcas foram proferidas no final de uma visita do executivo municipal à freguesia de Vila Nova de São Pedro, a freguesia mais a norte e mais distanciada da sede de concelho.
O assunto já se arrastava há vários anos, até porque o preço pedido pelos proprietários nunca foi consentâneo com as pertenças da autarquia.
O processo dará agora entrada no tribunal, e a autarquia quer candidatar a requalificação do Castro a fundos comunitários, “e inserindo nisso também a Casa João Moreira” vincando que ambos os projectos serão compatibilizados.
Joaquim Ramos salienta entretanto que todo o projecto de requalificação deverá ser integrado “numa intervenção mais ampla. Se não daqui a vinte ou trinta anos está tudo irremediavelmente perdido”.
Este projecto irá também beneficiar, segundo o autarca, do empreendimento turístico previsto para o alto concelho. Ramos lembra entretanto que a par desta situação. Está também um protocolo já assinado com a associação portuguesa de arqueólogos, anunciando também a construção de um centro de interpretação do Castro, que terá como local a casa João Moreira, adquirida pela autarquia há alguns anos.
Já em Outubro do ano passado, Marco Leal vereador com o pelouro do turismo, apontava a expropriação do terreno como a única alternativa para requalificar o monumento.
O vereador lamentava também que os populares de Vila Nova de São Pedro, não se envolvam nesta matéria “sinto pena que só se fale do Castro em época de eleições. Não só pela oposição, mas também por parte das pessoas de Vila Nova de São Pedro. Muitas delas moram lá há anos. Passam lá e nem sabem em que estado é que aquilo está”.
Todos os contactos feitos com os proprietários revelaram-se inócuos. Os autarcas lamentam o estado em que o monumento se encontra, contudo a autarquia necessita de uma autorização para fazer a limpeza do mato que entretanto cresce a olhos vistos.
Mas à volta do Castro a limpeza também é necessária. Há quem despeje lixo e entulho, mas há também os restos de um estaleiro, que ali funcionou enquanto decorriam as obras de saneamento da freguesia.
Joaquim Ramos presidente da autarquia, salienta entretanto que para o alto concelho está prevista a implantação de um projecto turístico.
O edil não avança com muitos pormenores sobre o assunto, remetendo para Março, qualquer declaração sobre o projecto, altura em será apresentado oficialmente à autarquia em forma de proposta.
Ramos considera que o projecto, que vai abranger as quatro freguesias do alto concelho (Alcoentre, Manique, Macussa, Vila Nova de São Pedro), poderá ser uma mais valia também para o castro, contudo rejeita a ideia que tal projecto funcione como alternativa à estratégia delineada com a implantação do aeroporto na Ota.
Joaquim Ramos diz que a ida da infra-estrutura para Alcochete veio acelerar o empreendimento turístico, que nunca esteve dependente da construção do aeroporto na Ota.

Executivo visita Vila Nova de São Pedro

Situada a norte do concelho de Azambuja, Vila Nova de São Pedro é a mais distante da sede de concelho. Talvez por isso, os habitantes da freguesia tentam fazer a sua vida vidada para o concelho vizinho do Cartaxo.
Contudo a abertura do nó do Cartaxo de acesso à Auto-Estrada do Norte, veio trazer mais gente e mais construção para a freguesia, mas sobretudo para os Casais de Além.
Lúcio Costa presidente da junta de freguesia, diz que localidade tem crescido nos últimos anos, e que nesta altura uma das principais preocupações prende-se com o abastecimento de água e saneamento básico.
Numa vista levada a cabo pelo executivo camarário, ficaram patentes as preocupações do presidente da junta. O autarca aproveitou o momento para dar a conhecer algumas das suas preocupações, como é o caso da conduta de abastecimento de água a Casais de Além. A infra-estrutura tem mais de 20 anos, e como está num terreno com um declive acentuado, pode a médio prazo vir a dar problemas. Assim e aproveitando algumas obras que decorrerão naquela parte da freguesia, Joaquim Ramos presidente da câmara, assumiu o compromisso de corrigir o traçado da conduta, anunciando o inicio do processo para esta semana.
Lúcio Costa esclareceu entretanto que a rede de águas “é muito antiga” e tendo em conta a qualidade de vida que diz querer manter na freguesia, esse é um assunto muito importante.
Longe dos grandes centros urbanos da região, Vila Nova de São Pedro consegue ainda “reter” o seu aspecto de alguma ruralidade. Esta é uma paisagem cujos autarcas do concelho querem manter a qualquer custo, mas manchada para já pela ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) que está situada no Vale de Almoster, cuja paisagem é protegida.
Esse é de resto um assunto também abordado na visita. Em 2001 Joaquim Ramos e o executivo assumiu com a população o compromisso da construção de uma nova ETAR. Algo que posteriormente passou para a empresa Aguas do Oeste e que ainda estuda uma solução para os tratamentos dos esgotos da freguesia.
Quanto a velha ETAR que nunca chegou a ser utilizada, há várias hipóteses em cima da mesa, uma das quais poderá ser a sua utilização para concursos de pesca desportiva.
Joaquim Ramos presidente da autarquia, salientou por seu lado que o contacto com a freguesia em causa foi importante, rejeitando a ideia que vive alheado das grandes questões do alto concelho, lembrando mais uma vez que o turismo deverá ser a alavanca para o desenvolvimento daquela zona.