Friday, October 27, 2006

Carta Educativa - Centro Escolar em Aveiras de Baixo


Já está em apreciação na DREL a Carta Educativa de Azambuja, o documento aponta para um investimento de cerca 19 milhões de euros até 2011, para a construção de novas escolas, ampliações e reformulação do parque escolar do município



Com um custo aproximado dos 19 milhões de euros, a Carta Educativa do município de Azambuja espera agora a aprovação da DREL (Direcção Regional de Educação de Lisboa) para ser colocada em prática, com validade ate 2011.
Marco Leal, vereador com o pelouro da educação da Câmara Municipal de Azambuja, sublinhou ao Vida Ribatejana que este documento vai permitir ajustar as realidades educativas das diferentes zonas do concelho de Azambuja, vincando que o documento que já passou com a concordância da Câmara e Assembleia Municipal, à semelhança da carta de Vila Franca de Xira, será monitorizado anualmente, o que permitirá ajustes ao funcionamento do sistema.
Marco Leal afirma que no presente ano lectivo não encerrou qualquer escola, mas actual Carta Educativa aponta para o fecho de alguns estabelecimentos.
São os casos de Vila Nova de São Pedro “que é a escola dos Casais de Além”. Na freguesia da Maçussa já fechou a única escola da localidade, bem como na freguesia de Manique do Intendente onde também já encerrou a escola da Arrifana.
É na freguesia de Alcoentre que a Carta Educativa prevê o encerramento do maior número de escolas. O documento aponta para a construção e ampliação de um novo edifício na sede de freguesia, mas dá como dispensáveis as escolas de Tagarro, Quebradas e Casais das Boiças. Estas últimas escolas ainda estão em funcionamento, e por isso o vereador avisa que o seu encerramento depende da construção de alternativas, pelo que “nada encerrará, se não existirem alternativas” garante Marco Leal.
Por outro lado o responsável pela pasta da educação, lembra que o documento apenas sugere, pelo que a autarquia, poderá ou não seguir essas direcções.
Na freguesia de Vale do Paraíso, não estão previstas quaisquer alterações. A actual escola irá manter-se, mas em Aveiras de Cima, o documento aponta para uma ampliação da actual escola.
Para a freguesia de Aveiras de Baixo, a Carta Educativa aponta para a criação de Centro Escolar que vai integrar as escolas da localidade. A localização deste centro ainda não esta definida, mas segundo o vereador, poderá ficar nos Casais da Lagoa, dado que este lugar da freguesia fica situado numa zona mais centralizada e para além disso está a sofrer um crescimento demográfico significativo.
A acontecer esta mudança, passariam para o Centro Escolar, os alunos de Aveiras de Baixo e Virtudes. Sendo que a própria sede de freguesia perderia a sua escola.
No caso de Azambuja, a Carta Educativa, sugere que se construa um edifício. Conforme anunciado pelo Vida Ribatejana oportunamente, este ficará situado no Campo da Feira local, nas traseiras da actual escola secundária.
Com o custo aproximado de dois milhões e meio de euros, o novo edifício terá dezasseis salas, e terá a tipologia EB1 + JI. Ou seja escola básica do primeiro ciclo, com doze salas e mais quatro salas para o jardim-de-infância público “que é o máximo permitido pelo ministério de educação” remata o vereador, sendo que o novo estabelecimento ainda está na fase de estudo prévio.
Em Alcoentre, a autarquia deverá ampliar o edifício da escola local.
Para Vila Nova da Rainha, o documento aponta para a edificação de uma nova escola. A freguesia mais a sul de Azambuja, está a crescer, e com a construção de uma grande urbanização é previsível que aumente a população escolar na zona.
Marco Leal afirma que apesar de alguma quebra de alunos, a nova urbanização promete fazer crescer a procura, é por isso que os serviços da Câmara estão a elaborar o projecto do edifício. O vereador sublinha que estas são soluções já apontadas pela Carta Educativa, sendo que nesta fase “o que estamos a fazer apenas são os projectos e localizar as escolas” lembrando que tanto em Azambuja, como em Vila Nova da Rainha, já existem localizações definidas.
Na origem destas mudanças, estão as mais recentes normas de educação em Portugal, que segundo os técnicos, é pouco pedagógico ter poucos alunos numa mesma sala em, graus de ensino diferentes. Para além disso a ausência de condições para leccionar hoje é mais exigente do que há 20 anos.
È por isso necessário criar condições para os alunos e professores, nomeadamente através da construção de refeitórios, centro de recursos (biblioteca) e recintos desportivos. No concelho de Azambuja a maioria dos estabelecimentos de ensino, tem mais de cem anos. Logo não tem espaço físico para ter um refeitório. Mas por outro lado o vereador Marco Leal, também diz que a autarquia “não pode construir um refeitório apenas para quatro alunos. É impensável. Assim como ter um centro de recursos para quatro alunos ou um recinto desportivo”. O responsável salienta ainda que essa é uma questão que “para os alunos e professores, logicamente não é muito motivante”, lembrando que possivelmente os quatro alunos até poderiam estar em níveis de ensino diferentes.
O vereador salienta ainda que todos os alunos que tenham de mudar para uma escola que não seja da zona onde residam, têm transporte assegurado, de forma gratuita pela autarquia.

Velhas escolas podem passar a Centros de Dia.

A possível desocupação dos edifícios onde actualmente funcionam algumas escolas, podem originar locais de convívio para os mais velhos.
Segundo o vereador da educação da Câmara Municipal de Azambuja, os edifícios que passaram para a responsabilidade da autarquia em 1985, têm em média mais de cem anos.
A edilidade que reforça o valor histórico das escolas, acredita que os espaços devem ser aproveitados pelas comunidades locais.
Nesse sentido Marco Leal, tem para aqueles espaços algumas ideias. Nomeadamente a criação de Centros de Dia “como outros concelhos já estão a fazer”.
O vereador sublinha que a iniciativa tem de partir das comunidades locais, e que não deverá ser a autarquia a dinamizar os espaços. Nalguns casos, vinca Marco Leal, poderão ser criadas IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social).
Mas poderão existir sítios, onde as instalações poderão, por exemplo, ser utilizadas como ATL (Actividades de Tempos Livres) e Centro de Dia. É o que acontece já na freguesia da Maçussa, que embora ainda não funcionem na prática, todos os passos já foram dados pela comunidade local nesse sentido.
Falta apenas neste caso que “existam, da parte da população local, um conjunto de munícipes, para se avançar para o projecto” e acrescenta que a autarquia como proprietária do edifício “Poder+à fazer as obras, mas terá de haver alguém na Maçussa que depois possa gerir o espaço” disse.




1 comment:

José Carrancudo said...

O MInistério continua empenhado em poupanças, enquanto devia começar pelas bases metódicas de ensino escolar.

O País está em crise educativa generalizada, resultado das políticas governamentais dos últimos 20 anos, que empreenderam experiências pedagógicas malparadas na nossa Escola. Com efeito, 80% dos nossos alunos abandonam a Escola ou recebem notas negativas nos Exames Nacionais de Português e Matemática. Disto, os culpados são os educadores oficiosos que promoveram políticas educativas desastrosas, e não os alunos e professores. Os problemas da Educação não se prendem com os conteúdos programáticos ou com o desempenho dos professores, mas sim com as bases metódicas cientificamente inválidas.

Ora, devemos olhar para o nosso Ensino na sua íntegra, e não apenas para assuntos pontuais, para podermos perceber o que se passa. Os problemas começam logo no ensino primário, e é por ai que devemos começar a reconstruir a nossa Escola. Recomendamos vivamente a nossa análise, que identifica as principais razões da crise educativa e indica o caminho de saída. Em poucas palavras, é necessário fazer duas coisas: repor o método fonético no ensino de leitura e repor os exercícios de desenvolvimento da memória nos currículos de todas as disciplinas escolares. Resolvidos os problemas metódicos, muitos dos outros, com o tempo, desaparecerão. No seu estado corrente, o Ensino apenas reproduz a Ignorância, numa escala alargada.

Devemos todos exigir uma acção urgente e empenhada do Governo, para salvar o pouco que ainda pode ser salvo.