Saturday, May 26, 2007

Novas acessibilidades fundamentais para o aeroporto na Ota



Paulo Campos Secretário de estado obras públicas anunciou no passado sábado, que o concurso para novo aeroporto de Ota, deverá ser lançado no segundo semestre de 2007.A comunicação foi feita pelo governante durante um seminário promovido pela Câmara Municipal de Azambuja e pela caixa Agrícola local, onde a temática da estrutura foi debatida.

Perante uma sala com 400 seminaristas, Paulo Campos Sub. Secretário de Estadoobras públicas vincou a necessidade da construção das infra-estruturas de apoio ao aeroporto. O ex-governante que refere Ota como um dado adquirido, lembrou a importância destas serem edificadas com alguma antecedência, de modo a não condicionar a mobilidade para a sua construção.
O governante diz que a localização na Ota é um dado adquirido, e refere que o actual aeroporto da Portela “não tem as condições para ser competitivo”, salientando que no ranking da competitividade “o aeroporto da portela, puxa Lisboa para baixo e não o eleva”, sublinhando que a construção da estrutura na Ota “irá contribuir para o desenvolvimento do oeste”.
Paulo Campos assegurou que os aspectos ambientais serão salvaguardados, quer nos respeitantes ás aves, quer nas condicionantes do ordenamento do território.
No que toca à implantação em Ota, Campos apontou ainda como elemento decisivo, a procura dos concelhos limítrofes, para a edificação de empresas “sobretudo no factor logístico” vincando que muitas das empresas optaram por se deslocalizar para a região “reconhecendo o mérito nesse contexto desta localização”.
Aliás, Paulo Campos frisou por diversas vezes que o país não tem condições financeiras para suportar dois aeroportos, pelo que quando o aeroporto de Ota entrar em funcionamento, o espaço da Portela será desactivado, sendo os terrenos entregues ao estado, negando à semelhança de Guilhermino Rodrigues do NAER, que os terrenos serão vendidos para custear as obras do novo aeroporto.
Paulo Campos, refere que a infra-estrutura é uma oportunidade para “este região e para os concelhos vizinhos. É uma oportunidade em que vão aparecer vários desafios à capacidade empreendedora dos agentes locais” e deixou um recado lembrando que “vocês (autarcas) serão actores privilegiados nesta mudança que aqui vai acontecer”.
No que toca ás acessibilidades, o governante referiu estar a par dos esforços que têm sido feitos pelos autarcas locais. Campos aproveitou o momento para anunciar que os investimentos que estão a ser feitos nas acessibilidades, irão dar azo “a uma malha rodoviária excelente e de primeiro mundo, com alternativas diversas, porque um dos factores preocupantes da localização deste aeroporto, são as acessibilidades”.
O Secretario de estado, sustentou ainda que toda a malha rodoviária será articulada, por forma a criar boas acessibilidades à estrutura, lembrando os casos da recém A10 que liga Arruda dos Vinhos ao Carregado e da futura ponte que será inaugurada este Verão entre o Carregado e Benavente.
Guilhermino Rodrigues, do NAER (Novo Aeroporto) aponta também como fundamentais as novas acessibilidades àquela estrutura.
O responsável enumerou as vantagens para o novo aeroporto na Ota, e salientou entre outras, todas as estradas que irão desembocar na região.
Embora ainda não passe de um estudo e com várias alternativas, Rodrigues anunciou que está prevista uma ligação da RAVE (Rede de Alta Velocidade) ao novo aeroporto na Ota. Das ligações apresentadas aos cerca de 400 participantes no seminário, o responsável sublinhou o eixo a partir da Estação do Oriente em Lisboa e a sua ligação ao aeroporto, atravessando parte do norte do concelho de Vila Franca de Xira e retomando a caminho do porto numa via, quase paralela à actual linha do norte.
Por outro lado, também a linha do norte terá uma ligação à estrutura. O acesso ferroviário partirá de um nó, entretanto criado em Vila Nova da Rainha.
Até à conclusão das obras da nova estrutura, serão criados alguns acessos ao aeroporto. Guilhermino Rodrigues, diz que a empresa está a par do que se está a passar, e reforça que apenas o IC2, que liga o Carregado a Ota não terá portagem.
O novo aeroporto irá ocupar cerca 2000 hectares de terreno. A estrutura irá mobilizar cerca de 50 milhões de metros cúbicos de terras, e poderá aproveitar algumas estruturas existentes da actual base aeria, como é o caso dos actuais pavilhões, que serão reaproveitados como estaleiros, durante as obras de construção.
A nova estrutra terá duas pistas independentes com 3,600 m paralelas, e cem “posições para estacionamento” de aeronaves.
O aeroporto terá uma capacidade inicial de 25 milhões de passageiros por ano, todavia os responsáveis do NAER sublinham que a capacidade poderá subir para a 42 milhões em 2050.

Aeroporto será uma mais valia para a região

Augusto Mateus, responsável pelos estudos para a nova estrutura, sublinhou neste seminário a importância do aeroporto para a região. O ex-ministro de Guterres sublinhou que a estrutura será uma realidade e desvalorizou as opiniões que dão conta de um mau investimento. Para o ex-ministro “o que temos de fazer aqui, não é despesa pública. Temos de fazer investimento público, articulando com o investimento privado, minimizando o investimento público, dada a situação em que o país se encontra”.
Augusto Mateus, defendeu os “investimentos magros” com os dinheiros públicos, e referiu ter dúvidas “Com o que está a ser feito em matéria de TGV” argumentando não entender o que leva a fazer passar o TGV num viaduto por dentro de Lisboa. Por outro lado, o ex-governante diz que não percebe o porquê da RAVE passar a oito quilómetros do estuário do Tejo, defendendo “que o mesmo argumento que diz que não podemos fazer o aeroporto em Rio Frio, devia ser o mesmo que nos diz que não devemos estragar o estuário do Tejo” vincando que ainda “há muito para discutir, sobre despesa e investimento”.
Mateus considera por outro lado que “seria uma desgraça que o novo aeroporto fosse um projecto nacionalista. Apenas a oportunidade de negocio para algumas empresas” e salienta que este “tem de ser um projecto nacional e europeu”.
Na opinião de Augusto Mateus, a nova estrutura deve ser uma mais valia para “tornar Portugal mais internacional. Captar mais pessoas e criar riqueza”.
Para o coordenador do estudo, as oportunidades criadas pelo novo aeroporto, devem ser aproveitadas ao máximo “espero que a sociedade portuguesa não passe ao lado desta grande oportunidade e não faca despesa, onde deve fazer investimento e não perca tempo a discutir coisas que deve fazer e que faça aquilo que melhor serve o interesse dos portugueses”.
Entre outras estruturas de apoio, Augusto Mateus, defende a construção de várias unidades hoteleiras e restaurantes, que o coordenador do estudo diz serem necessárias à vida à volta do aeroporto.
Quanto à logística, Augusto Mateus defendeu que este sector está cada vez mais profissionalizado, destacando a importância para a região em torno do aeroporto. O ex-governante, argumentou que os casos de Vila Franca de Xira e Azambuja são bons exemplos do crescimento desta indústria, que considera importante para o novo projecto.

Gabinete de Apoio ás População

O NAER anunciou no passado sábado a criação de um gabinete de apoio ás populações locais.
O objectivo, diz Guilhermino Rodrigues, esclarecer todas as dúvidas, face à construção e implantação da estrutura.
Segundo o responsável, uma das preocupações do NAER, prende-se com a falta de informação prestada as munícipes das zonas limítrofes de Ota. Em alguns casos, as dúvidas estão relacionadas com possíveis expropriações das suas habitações ou terrenos.

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