Thursday, September 27, 2007

Folclore ribatejano nao animou azambujenses


A oitava edição do Congresso de Folclore do Ribatejo que se realizou este ano em Azambuja, ficou marcada pela fraca afluência do público ás várias iniciativas, ficando patente a necessidade de criar novas formas e mais apelativas para chegar à população em geral, e aos mais novos em particular.

Embora apreciada por muitos, a arte folclórica, não inspirou os azambujenses que preferiram ficar em casa, ou aproveitar os últimos dias de sol para dar um pulo à praia.
Outros, os mais participantes nestas iniciativas, declararam que a altura em que se desenrolou o congresso “coincidiu com as vindimas” pelo que se tornava difícil a presença dessas pessoas, muitas delas participantes nos ranchos do ribatejo.
Ainda assim esta edição que se dividiu por três dias, teve o mérito de juntar cerca de meia centena de pessoas numa homenagem a Ludgero Mendes e a Agustin Gonzales. Duas figuras importantes do folclore regional e nacional.
Para além das muitas iniciativas de ordem técnica, como foram os casos dos diversos debates sobre as vária problemáticas do folclore, o evento contou ainda com momentos lúdicos com representações dos vários ranchos do ribatejo no Pátio do Valverde.
A edição deste ano, ficou também marcada com as jornadas etnográficas de Azambuja. O evento integrou-se este ano e pela primeira vez no congresso de folclore, e contou com as presenças dos vários grupos do município.
Os grupos do município recrearam a montagem de um mercado à moda antiga, e posteriormente dançaram para o público presente no Pátio do Valverde.
Ainda assim, e com o público a não corresponder, os organizadores não deixaram de salientar que este festival teve um balanço positivo.
Uma das conclusões deste congresso, vai no entanto no sentido de uma reflexão profunda sobre o folclore nacional.
Aurélio Lopes, antropólogo, teceu mesmo algumas criticas ao actual momento vivido pelo folclore quem em muitos casos “não passa de uma mera montra destinada a comícios”.
Para o responsável e estudioso desta arte “é necessário encontrar formas para cativar os mais jovens” uma tarefa, diz, que deveria ter sido iniciada há pelo menos vinte anos.
Nas conclusões apresentadas por Ludgero Mendes, Aurélio Lopes salientou que é um facto “que o actual formato utilizado nos festivais de folclore não está a potenciar o acréscimo de público sobretudo ao novel dos mais novos. Nesse sentido, o responsável recomendou a todos os agentes do folclore “a criação de novas formas de apresentação do património etnográfico e de folclore” sugerindo que através de uma contextualização “ou encenação do conteúdo, se enriqueça pela inovação o espectáculo, aliciando assim mais público”.
Outra das conclusões deste congresso aponta para que os grupos de folclore não se “revejam” apenas nos festivais de folclore e que devem apostar noutras iniciativas de “divulgação e valorização” do património, nomeadamente através de exposições temáticas, colóquios ou reconstituição das actividades cíclicas tradicionais.
Entre os mais variados temas em destaque, houve ainda tempo para falar dos trajes populares dos ranchos folclóricos.
As conclusões, neste campo, salientaram a necessidade dos grupos ajustaram ás realidades da época, os diferentes trajes. Em muitos casos foram adicionados alguns adornos, dizem os responsáveis, que “em nada tem a ver com a realidade” da época.




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