Wednesday, November 07, 2007

Vilafranquense laça livro


Vidas Simples, Pensamentos elevados é o nome do primeiro livro do vila-franquense José Ceitil, que aos sessenta anos embarcou numa aventura literária por conta própria. A edição é de autor e está disponível nas papelarias da região de Lisboa.



Aos sessenta anos, José Ceitil garante que nunca lhe tinha passado pela cabeça escrever um livro. Contudo a vida deu-lhe a volta e mudou de ideias.
Nascido em Vila Franca de Xira em 1947, Ceitil assume-se como um homem simples e de pensamentos “nem sempre elevados” que se aventurou a escrever mais de 170 páginas de um livro com 1000 exemplares que está à venda nas livrarias da região.
“Vidas Simples, Pensamentos Elevados” retrata a vida de pessoas simples de um bairro de Almada e tem como fio condutor uma personagem que existiu na realidade “as outras são inventadas” salienta o autor.
Um dos desafios deste livro foi, Interligar as personagens. Porque eu não tenho qualquer experiência de romancista, escrevi alguns artigos, agora romance não sabia. Portanto não tenho técnica”.
O autor salienta que uma das formas para o fazer “foi meter os personagens todos a morar no mesmo bairro” revelando que a historia poderia passar-se num qualquer bairro do país.
Quanto à inspiração, Ceitil revelou que não bebeu qualquer inspiração num autor português ou estrangeiro e que este desafio demorou cerca de seis meses a concluir.
Vida Ribatejana que a personagem que o levou a fazer este livro era o seu mecânico de vários anos.
José Ceitil destacou que a personagem principal deste livro, acabou por não ser o mecânico, mas que foi este que lhe dei azo para fazer a historia. Alias a própria historia deste elemento é uma verdadeira aventura. Ceitil desvendou que “ele é um caso raro de longevidade e de boa saúde e de gosto pela vida. E é um personagem fabuloso” e prossegue “ele teve sete mulheres, uma de cada vez, além disso ainda tinha engates e fazia uns biscates por fora, nunca tinha tido uma doença ou uma dor de cabeça”.
A personagem “dizia coisas fabulosas cada vez que eu lá ia. E eu chegava a casa e tomava notas e a certa altura pensei: tenho aqui uma personagem. Tenho de escrever qualquer coisa sobre este homem” disse.
E este foi apenas o princípio deste livro que não demorou muito tempo a sair para as bancas.
Ceitil, diz que procurou algumas editoras para produzir o manuscrito, mas em alguns casos deparou-se com opções diferentes “disseram-me numa editora que se fosse poesia… é que está a dar agora…”. Outra editora “Fez-me perceber que um homem de sessenta anos que decide escrever um livro de facto de o livro fosse alguma coisa de jeito ou se tivesse jeito, tinha escrito quando tinha vinte ou trinta”.
Por outro lado, Ceitil diz compreender que as editoras têm a vida difícil. Devem chegar diariamente dezenas de manuscritos com a pretensão de ser editados, e não têm ninguém para ver os autores novos. Ou é alguém credenciado e chega por mão amiga, ou é uma figura pública… ou não é publicado”. Ainda assim diz ter esperança que alguém goste deste livro e que esteja disposto a ler o meu próximo projecto”.
Ceitil, salienta que agora que começou não vai querer parar. Há mais dois livros na forja, mas o autor não quer revelar os projectos para já.
Mas esta edição foi uma aventura para José Ceitil. O apoio do primo Rogério Ceitil, realizador de televisão, foi fundamental, e daí colocou as mãos à obra e lançou-se numa edição de autor, que ainda custou alguma coisa “mas o custo não coloca a minha vida financeira em risco. Como não tenho vícios, foi este o meu vício”.
A capa deste livro é da autoria de António, cartonista do jornal expresso e está agora disponível em várias papelarias de Vila Franca de Xira e de Lisboa, inclusive o El Corte Inglês e tem um preço de dez euros “uma boa prenda de natal” diz o autor.
Vila-franquense de gema, José Ceitil já correu mundo. Depois da tropa esteve em Londres durante sete meses, mas um convite da TAP para comissário de bordo, à qual se tinha candidatado antes de partir, fê-lo voltar a Portugal. Durante 36 anos voou pelos céus do mundo, mas isso, garante, não teve qualquer influência neste livro, sublinhando que terá muitas coisas para contar e que o poderá fazer, quem sabe em livro.
Mas as suas ligações a Vila Franca de Xira sempre foram muito fortes. Ceitil lembra os 17 anos em que jogou no UDV (União Desportiva Vila-Franquense) e que “dizem passei ao lado de uma grande carreira” como futebolista.
Ceitil é de resto um homem de Vidas Simples, e que também aderiu à Internet. Possui um blogue com o nome do livro http://vidasimplespensamentoselevados.blogspot.com/ onde espelha os seus pensamentos do dia-a-dia.





No comments: