Monday, April 14, 2008

Rafael Abreu produtor de vinhos


Quase a completar 72 anos de vida Rafael Abreu é um agricultor feliz. Participante desde a primeira hora na Ávinho, não se coíbe de dizer que os néctares de Aveiras de Cima são os melhores da região.
Rafael Abreu, é um pequeno produtor de vinhos, mas com uma grande capacidade de inovação. Rafael foi-se atapetando aos novos tempos e as exigências e hoje o seu vinho é procurado de norte a sul do país e além fronteiras.
È com orgulho que diz que há pouco tempo teve compradores de fora de portas, tudo para reafirmar a qualidade dos seus vinhos produzidos na região e embalados de forma familiar ao fim-de-semana pelo filho e pelo genro que dão uma mãozinha no negocio de família.
Aliás Rafael Abreu, apenas lamenta não saber qual o futuro da empresa que construiu nos últimos anos. Lamenta que os filhos não queiram prosseguir o negocio, mas em todo caso o dia-a-dia vai sendo quase igual quando era mais novo.
“Hoje a agricultura é diferente” salienta Rafael Abreu, que herdou do pai, que tinha herdado do avô, o gosto pelo que a terra dá.
Os dos são diferentes, as exigências são outras e por isso agora com a agricultura mecanizada, há novas oportunidades.
Contudo as coisas poderiam ser melhores, não fosse a burocracia, diz Rafael Abreu.
Antes sem a União Europeia, as coisas eram diferentes, hoje não nega que todo está melhor, mas lamenta o que passou para construir aquilo que hoje tem. Rafael agricultor de profissão, já foi funcionário do estado. Esteve na penitenciária de Alcoentre e chegou a ser motorista dos filhos dos funcionários. Quis o destino que em paralelo construísse a empresa que hoje dá sustento à família, depois de muitos anos a percorrer muitos caminhos com sacrifício. É por isso que lamenta o facto “de termos andado, eu e o meu irmão, a construir uma vinha com sacrifício” e nos dias de hoje as coisas “estão a pôr-se de uma maneira que existem meia dúzia de indivíduos a querem mandar no pais inteiro, na zona europeia. São eles os mandões disto tudo” desabafa Rafael Abreu acrescenta “isto esta nas mãos dos grandes. E nos os pequenos que andamos uma vida inteira, temo-nos sentido ultrapassados pela falta de capital em relação a esses indivíduos grandes” disse.
As coisas estão muito diferentes. Já lá vão os tempos das tabernas de Aveiras de Cima. Das mais de doze que teve, só subsiste a Taberna do Chico Guela que o Vida Ribatejana destacou no ano passado. Rafael Abreu diz que essa “é a única onde a malta pode ir beber um copinho à antiga portuguesa. Agora tem de se beber um copinho, mas à moderna portuguesa”.
O produtor lamenta que a burocracia esteja a dificultar a vida ás tabernas e aos produtores “antigamente a gente gostava de ir à tasca beber um copo à saloia, hoje não” está tudo diferente.
Rafael Abreu é um dos participantes desde a primeira hora da Avinho. È com orgulho que ostenta a sua participação no certame e abre as portas aos visitantes. Aos estranho e aos amigos, porque a Avinho é mesmo a Festa do Vinho e das Adegas.

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