Tuesday, May 22, 2007

Rancho de Azambuja promove a Concertina


São dez os alunos que aprendem semanalmente a tocar concertina no Rancho Folclórico Ceifeiras e Campinos de Azambuja. As idades dos alunos rondam os 60 anos, mas isso parece não ser um problema para quem tem muita vontade de aprender a tocar aquele instrumento tradicional.

A escola de concertinas, é uma das grandes apostas do Rancho Folclórico Ceifeiras e Campinos de Azambuja. Os responsáveis não querem perder o tradicional instrumento, e nesse sentido criaram um espaço, onde os mais novos, mas também os mais velhos se dedicam a aprender a tocar.
José Luis, é um dos exemplos de que não há idade para aprender. Todas as semanas, este mecânico reformado de 64 anos, desloca-se de Alcanhões para praticar junto com outros “aprendizes”.
Luis, diz que este era um sonho antigo, e que para além da música “mexe com muitos sentimentos”.
O antigo mecânico, assume que “já devia ter começado há muitos anos” contudo a vida só agora lhe deu essa oportunidade. O tempo que tem agora, depois de aposentado é uma mais valia para este projecto pessoal “e por isso não queria deixar escapar esta oportunidade”, e salienta que desde cedo sempre ouviu música, mesmo na oficina de que era proprietário, onde escutava música de cariz popular.
Embora longe, José Luis afirma que “vale a pena vir de Alcanhões a Azambuja” frisando que já passou por outras escolas, destacando o convívio “ e a realização pessoal ao nível musical, porque esta era uma das coisas que todos deviam aprender. A música”.
Noutra escola, José Luis aprendeu a ler a pauta “já sabia qualquer coisa, e aqui aprendi mais um pouco”.
Depois de quase um ano a aprender a concertina, José Luis afirma que o mais difícil é articular os movimentos para as notas certas. Este aprendiz destaca que o processo de aprendizagem é bom “mas os 65 anos já não perdoam”, embora afirme que não está nos seus planos deixar a escola de concertinas.
Vasco Simões, natural de Alverca é o professor destacado para ensinar a “rapaziada”.
O professor, vinca que os alunos são disciplinados “é tudo malta já com uma certa idade. Mas há aí um miúdo mais novo” sublinhando o facto de existir em todos os alunos muita força de vontade “por isso esforçam-se ao máximo”.
A concertina, não é dos instrumentos mais caros, contudo os custos podem partir dos seiscentos euros, até quantias muito mais elevadas, o que não parece demover os alunos, pois todos têm concertinas próprias, e é com elas que aprendem o dia-a-dia.
Miguel Ouro, presidente do rancho de Azambuja, considera esta, uma boa aposta da colectividade, embora salienta que deveria “ter sido a Câmara a agarrar esta oportunidade e formar novos músicos para os ranchos folclóricos” e vinca que este, não é um projecto dispendioso e formava novos músicos para os ranchos do município, destacando a recuperação dos tradicionais instrumentos na cultura do folclore.
A escola de acordeão, tem actualmente 10 alunos. O número já é significativo, mas Ouro vinca que poderiam ser mais. Só não o são porque o rancho não tem possibilidades financeiras para isso.
O presidente do Rancho teme que o projecto possa acabar, e explica que sozinha, a colectividade não consegue fazer mais “isto promovido por um rancho, não é a mesma coisa do que feito por uma Câmara, com outros apoios, mas pronto nós estamos cá” disse.

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