Monday, May 21, 2007

Futuro da segurança social debatida em Azambuja


As “Conversas do Vale do Tejo” juntaram dois peritos em segurança social para debater o futuro e a sustentabilidade do sistema. A iminência da falência do sistema como está e adopção de um novo modelo, marcaram as opiniões na Quinta de Vale Fornos em Azambuja

Ainda há muito a fazer para que a segurança social portuguesa não venha a fazer parte de um sistema falido.
Esta é a conclusão tirada das “Conversas do Vale do Tejo” um debate promovido pelo Núcleo Empresarial de Santarém (NERNSANT) que decorreu na Quinta de Vale Fornos em Azambuja. Para este debate, o Nersant convidou Fernando Ribeiro Mendes e Carlos Pereira da Silva.
A sessão que contou com a presença de cerca de meia centena de empresários de todo o distrito de Santarém e concelho de Azambuja, focou essencialmente o actual estado da segurança social e as reformas necessárias, para a sua continuação.
Sendo a sustentabilidade do sistema uma preocupação da sociedade, os oradores apontam como fundamental a cobrança de impostos e o respectivo pagamento da prestação da segurança social, quer por parte das empresas ou da parte dos particulares.
Fernando Mendes, sublinha que por seu lado ai da há um longo caminho a percorrer. O ex governante defende que o sistema deverá assentar num esquema de poupanças, semelhante ao implantado na Suécia, e que dará garantias que no futuro, os portugueses terão melhores pensões. Esta é aliás uma interrogação dos dois oradores. A população portuguesa está a envelhecer, e a actual população activa teme que quando chegar a sua idade de reforma, o sistema atenha “falido e já não haja pensões para ninguém”.
Segundo Fernando Mendes, ex secretário de estado de antonio Guterres, as medidas implantadas por este governo são positivas, mas não chegam. O ex governante salienta que as decisões tomadas pelo executivo governamental vêm na linha das necessidades do país, pois “travam a produção da despesa e isso é fundamental”. Todavia ainda há que “propor um modelo de protecção como aliás também me parece que vai ter de existir algo semelhante na saúde”.
O ex governante refere entretanto que também a área da saúde, deverá ser encarada da mesma maneira “neste governo chegou-se a falar de uma comissão sobre o financiamento da saúde” Fernando Mendes, vinca no entanto que o próprio José Sócrates “falou de um pilar de seguro ou qualquer coisa desse tipo para o Sistema Nacional de Saúde, mas recuou face a alguma reacção”, todavia alerta para o facto “dessa discussão que também vai ter de ser feita” sublinhando que deve ser encontrado, também aqui, um modelo que traga garantias para o futuro do serviço nacional de saúde.
Carlos Silva, que integrou a comissão do Livro Branco, diz temer sobretudo que o sistema da segurança social deixe de dar garantias aos contribuintes.
O responsável sublinha no entanto que, no seu entender, só se poderia resolver o problema da sustentabilidade “fechando o actual sistema e criando um novo, com uma lógica diferente” e explica “quem tivesse menos de 35 anos e os novos contribuintes entrariam para o novo sistema. Aquele com mais de 45 anos tentar-se-ia resolver o problema com a divida pública” sustentando a sua tese de que é preciso ter um sistema com base na poupança.
Carlos Silva defende ainda que o estado “não pode dar 73 por cento do salário a toda a gente” argumentando que “não há economia que aguente”.
Conhecedor do sistema, Carlos Silva, defende o modelo sueco, ou seja: empresa e trabalhador descontam para uma conta e quando chega a idade da reforma “o bolo é dividido e calcula-se aquilo que a que cada um tem direito como pensão”disse.

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