Thursday, July 26, 2007

POLIS AZAMBUJA "ARRASA MORADORES"


Oposição e moradores de Azambuja estão preocupados com a forma de como decorrem as obras do POLIS de Azambuja. No terreno estão abertas pelo menos cinco frentes de trabalho, e só na passada quarta é que a empresa começou o calcetamento de uma das empreitadas. A oposição considera a metodologia inaceitável, mas Ramos justifica-se com o aperto dos fundos comunitários.


As obras do POLIS de Azambuja têm sido um assunto recorrente nas últimas sessões da Câmara Municipal de Azambuja. Ora com assuntos levantados pelos munícipes, ora pela oposição a Joaquim Ramos, que insiste que as obras têm seguido a metodologia apresentada numa reunião pública realizada no fim do ano passado.
Antonio José Matos vereador do PSD na autarquia azambujense, não concorda com as metodologia que está a ser seguida pela empresa que ganhou o concurso, e classifica mesmo de inaceitável o facto de qualquer das frentes de trabalho não esteja ainda concluída.
Para o vereador, os transtornos causados aos munícipes, são evidentes. Matos diz que não entende o porquê, de se abrirem novas frentes de obra, quando as outras ainda não estão concluídas.
Segundo António José Matos “há ruas que não têm intervenções há semanas. Estão fechadas e não se passa lá absolutamente transito nenhum” argumentando que assim não “não faz sentido dizerem que não abrem as ruas porque estão à espera que o piso fique pronto para asfaltar. Para evitar que as estradas não abatam”.
Matos vinca entretanto que considera “inaceitável” existirem várias frentes de trabalho abertas ao mesmo tempo “ás vezes parece mesmo que se anda a fazer o mesmo trabalho várias vezes”.
Nesse sentido o vereador diz existir “um mau fio condutor nestas obras” e que a empresa que ganhou o concurso deverá contratar mais gente “se as pessoas que tem, são poucas para tantas obras”. Para António José Matos “diz o bom senso não é preciso ser engenheiro ou arquitecto, que se faça uma rua, que se acabe e depois se vá para outra obra” acrescentando que compreende que em alguns casos “uma ou outra rua se tenham de fechar porque estão interligadas”.
Joaquim Ramos presidente da Câmara, reconhece a impaciência dos moradores. Todavia o edil lembra que as obras foram planeadas e apresentadas ao púbico o ano passado.
Segundo Joaquim Ramos, que admite que em alguns casos os asfaltamentos já deviam ter começado, o método usado está relacionado com os fundos comunitários que financiam a obra.
O autarca vinca que as obras do POLIS de Azambuja têm uma margem estreita de manobra, e explica que de um lado está o facto “das obras serem financiadas por fundos comunitários e portanto têm um determinado prazo de execução” acrescentado que se a câmara optasse pela metodologia de uma frente de obra de cada vez “numa obra com a envergadura desta, nem daqui a dez anos tínhamos a obra concluída”.
Por outro lado o presidente da Câmara, salienta que todas as frentes de trabalho, que ao todo são cinco, não interferem entre si.
Joaquim Ramos voltou a lembrar a complexidade da obra, dado que contempla intervenções na zona histórica da vila de Azambuja. Como exemplo o autarca frisou que por não existir qualquer cadastro das infra-estruturas do subsolo, a empresa têm encontrado algumas dificuldades. E, alguns dos casos, “onde esperava encontrar apenas uma conduta de saneamento, encontrou cinco e todas activas”, o que na opinião de Joaquim Ramos, também tem contribuído para alguns sobressaltos.
Todavia os moradores da vila e das zonas intervencionadas têm tido algumas surpresas por parte da empresa concessionária. O Vida Ribatejana sabe que têm sido frequentes as queixas à Câmara. A metodologia seguida pela empresa, dizem alguns moradores, deixa muito a desejar. Celeste Oliveira, disse ao nosso jornal que ainda há dias, a empresa despejou junto na estrada por de trás da igreja matriz, quatro a cinco montes de terra. “foi numa sexta-feira. pensávamos que teríamos de ficar o fim de semana com isto aqui à porta e com os acessos ás nossas casas cortados. E se fosse preciso uma ambulância para a rua do espírito Santo?”.
Contudo, a moradora ficou mais descansada quando no sábado seguinte “ um moço que tinha casamento marcado para esta igreja, andou aqui à volta dos senhores das obras a pedir para remover a areia mais para cima. A estrada não ficou liberta, mas pelo menos os carros e nós já podíamos passar”.
Opinião idêntica têm outros dois vizinhos que também se queixaram da demora das obras e de um “esgoto que esteve a correr aqui quase uma semana e ninguém fez nada” adiantou outra moradora da rua Rolim de Moura, outra das artérias intervencionadas nesta fase.
Os moradores queixam-se da falta de segurança “onde estão os passadiços que costumam pôr nestas obras. Se a empresa não tem, que os compre” argumentou Alice Silva moradora perto da rua dos Campinos, que lamentou o facto da empresa “não ter sensibilidade para algumas questões “se for preciso deixam aqui a escavadora à minha porta ou à porta de um vizinho e depois nós entramos pelo telhado. Ou deixam buracos abertos sem estarem sinalizados. A Câmara é que devia ter isto em consideração.
O Vida Ribatejana tentou obter esclarecimento junto do empreiteiro, mas até ao fecho desta edição, tal contacto não foi possível. Contudo alguns funcionários da Câmara Municipal de Azambuja, já lamentaram a falência da ACORIL, que noutras ocasiões tinha bem presente “tudo que se relaciona com a segurança e o asseio de uma obra deste género”.

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