Wednesday, September 26, 2007

Mendes e Menezes em Vila Franca e Azambuja

Marques Mendes está acorrer o país em busca de apoios para a sua recandidatura à liderança do PSD. Nesse sentido, Mendes deslocou-se a Azambuja e a Vila Franca de Xira na passa quarta-feira, onde falou aos militantes locais.
Do discurso de Marques Mendes, feito aos militantes vila-franquenses no clube da cidade e quase totalmente virado para fora, ficaram alguns elogios ao vereador Rui REI “que apesar se ser o único vereador do PSD, e apesar de ser vereador sem pelouro, tem iniciativa, acção e isso é particularmente importante, não obstante de todas as dificuldades que a oposição sente”.
Na óptica nacional, o presidente do partido não deixou de ter criticas a José Sócrates e ao governo socialista. Mendes salienta que o país está a meio de uma legislatura, e que se trata de um momento sensível, destacando que “ao fim de dois anos e meio não há resultados da governação”.
Mendes acusou Sócrates de não cumprir as promessas feitas aquando da sua candidatura a primeiro-ministro e diz acreditar que “há ano e meio atrás muitos portugueses, alguns dos quais já votaram no PSD acharia que o engenheiro Sócrates era invencível e que o PS estava para durar muitos e largos anos”.
Para Marques Mendes o país “não está bem” e exemplifica com o facto do desemprego estar a diminuir na Europa “mas em Portugal aumenta. Estamos numa fase em que as desigualdades sociais na Europa vão-se atenuando. Mas em Portugal agravam-se” referindo que o país não está a conseguir acompanhar as principais mudanças na Europa.
Marques Mendes não esconde de resto que o objectivo desta “cruzada” visa a sua eleição como primeiro-ministro, argumentação que repetiu aliás em Azambuja, num jantar com os militantes pouco antes de se deslocar para Vila Franca de Xira.
O líder do PSD, perante cerca de sessenta pessoas, o mesmo numero que o ouviu em Vila Franca de Xira, fez também questão de prometer ajuda para uma nova sede. Há três anos que o PSD de Azambuja reúne em locais diferentes “isso não pode continuar a acontecer. O PSD tem por isso dificuldades em fazer politica em Azambuja, mas tem muita gente que está connosco e que poderá estar cada vez mais no futuro”. O líder dos laranjas deixou de resto um desafio aos presentes “vamos ter de encontrar uma solução com a ajuda local e nacional” assegurando negociações com Miguel Macedo, o secretário-geral do PSD que trata das finanças “mas considero importante para que possamos dar uma ajuda para que a família social-democrata aqui, tenha uma sede onde possa reunir, conviver e trabalhar” disse.

“Ota está morta e enterrada”



Marques Mendes considera que a implantação do Aeroporto na Ota é um assunto já arrumado. O líder do PSD considera que essa não era uma boa solução para Portugal, e aponta como alternativa a localização em Alcochete, que será mais barata para o país.
O líder do PSD vinca entretanto, que a hipótese Ota, se esgotaria em poucos anos, uma vez que não tinha hipóteses de crescimento ou de ampliação, vincando que Ota “era uma solução casa, insegura e transitória”.
Confrontado pelo Vida Ribatejana sobre o pedido de indemnização dos autarcas da região refém de medidas preventivas, o líder do PSD argumentou “não fui eu que prometi um aeroporto na Ota, foi o governo”.
Todavia Mendes referiu que na sua opinião “Ota está morta e enterrada”, mas segundo o líder falta ainda definir as novas soluções. “Ou Alcochete ou a Portela mais um, sendo que mais um, poderá ser Alcochete”.
Marques Mendes refere que “de alguma forma eu compreendo que os autarcas se revoltem com o governo” argumentando “que o governo prometeu, como está à vista, aquilo que não podia prometer”, salientando que “o que interessa é o interesse nacional. E do ponto de vista do interesse nacional, eu acho que o recuo que o governo foi obrigado a fazer na Ota é uma vitória do país” salientando mais uma vez as expectativas regionais criadas a muitos autarcas “que foram defraudadas”.


Ao contrário do que defendeu Marques Mendes na visita que fez a Vila Franca de Xira e a Azambuja, Menezes que também esteve nestes municípios, opta por deixar a +ultima palavra para os técnicos que estão a seguir o assunto.
Em declarações feitas ao Vida Ribatejana, à margem de um jantar com militantes em Azambuja, o candidato à liderança do maior partido da oposição, salientou que na sua opinião nada está ainda decidido, pelo que “qualquer decisão deve ser tomada em função dos estudos técnicos que devem ter em linha de conta todo o tipo de questões que estavam em cima da mesa” tanto no que toca ás questões financeiras de segurança ou ambientais “ e até a economia regional. E depois tendo em conta esses parâmetros, devemos decidir sem polemizar em excesso essa questão”, ressalvando que a questão em torno da construção do aeroporto deve ser feita de forma tranquila e sem polémicas, reiterando “que não se deve tirar proveito político circunstancial deste tipo de questões”. O candidato acusou Marques Mendes de ser “nestas matérias verdadeiramente populista. Quando ataca a nomeação determinados agentes políticos para determinados cargos ou quando discute a problemática da Ota como discute…ou quando faz cair Câmaras, como faz” salientando que nestes casos “estamos perante um populismo menos responsável”.
Contudo as criticas de Menezes apontam o dedo a Marques Mendes no que toca ás nomeações para a Caixa Geral de Depósitos. Em causa estão declarações do actual líder do PSD, que criticou as nomeações de Armando Vara e Fernando Gomes para o banco do Estado.
A este propósito, Luis Filipe Menezes, argumenta que as criticas apontadas por Mendes não fazem sentido. O candidato presidente da Câmara de Gaia prometeu não “perseguir militantes de outros partidos, só porque foram nomeados para determinados cargos” acrescentando que “amanhã o companheiro Marques Mendes quando abandonar a politica pode precisar de se afirmar do ponto de vista profissional num cargo semelhante ao do doutor Vara. Acho que o facto de ter sido ministro em Portugal, já é o suficiente para afirmar um curriculum que lhe permite ser vogal da Caixa Geral de Depósitos” esclareceu Luis Filipe Menezes.
Em declarações ao Vida Ribatejana, o candidato não descora a candidatura a primeiro-ministro, porque diz “normalmente é isso que acontece” contudo esclarece que “sou cumpridor de todos os passos formados que têm de ser dados”. Primeiro a candidatura a líder do partido, e depois uma possível candidatura a chefe do governo.
Aliás Luis Filipe Menezes, diz ter a percepção de que as bases estão consigo. O candidato tem granjeado apoios de peso na região e de algumas concelhias.
Não são os casos de Vila Franca de Xira ou de Azambuja, cujos presidentes Luis Leandro e Rui Rocha, respectivamente, que fazem parte da comissão de honra de Marques Mendes.
Contudo em Azambuja, Menezes conseguiu apoios de peso. São os casos de Leonel Santa Rita, mandatário concelhio e de Virgínia Estorninho, ex. Vereadora do PSD na Câmara de Azambuja e que tem sido uma critica da presidência de Marques Mendes.
Luis Filipe Menezes, salienta no entanto que não desejava estas eleições antecipadas. Contudo a perca da Câmara de Lisboa do PSD para o PS, deram origem, segundo Menezes, a que Marques Mendes “assumiu publicamente uma crise. Assumiu que tinha falhado à frente da liderança do partido” e prossegue dizendo “não é normal um líder que tem dois anos de mandato, ao fim de um ano e pouco demitir-se”.
À semelhança de Marques Mendes, Luis Filipe Menezes e a sua comitiva estiveram depois no clube vila-franquenses em Vila Franca de Xira, onde responderam ás perguntas dos cerca de meia centena de militantes presentes.

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