Monday, April 28, 2008

Falta de coordenação gera dúvidas


A morte de um homem no passado dia 4 de Abril está a gerar polémica entre os bombeiros de Azambuja e o INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica).
Segundo Pedro Cardoso, comandante dos voluntários de Azambuja, o alegado atraso no accionamento de meios por parte do CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) e a falta de coordenação do sistema de emergência por parte da entidade responsável, está na origem do descontentamento de alguns populares.
De acordo com uma fonte, no dia 4 de Abril, um homem residente no Carregado, sentiu-se indisposto com uma forte dor no peito em frente à empresa Avipronto enquanto esperava pela esposa que ali trabalha.
O homem, acompanhado por um filho menor, começou a queixar-se de dores agudas no peito, e foi um popular que ligou para o 112 a pedir auxilio.
Entretanto, o operador do 112 deu algumas instruções de reanimação a um popular, enquanto accionava a VMER (Viatura Médica de Emergência) de Vila Franca de Xira e os próprios bombeiros.
Contudo os meios tardavam a chegar, o que levou a que um popular se dirigisse pessoalmente ao quartel, que ficava a cerca de dois quilómetros do local. Pedro Cardoso, disse ao Vida Ribatejana que a chamada do CODU para a central dos voluntários, aconteceu quase em simultâneo com a chagada do popular, que se mostrava “irritado e com razão, com a situação e a dizer que já ligamos há meia hora e vocês não aparecem?”. Cardoso garante no entanto que os bombeiros não tinham sido avisados pelo CODU e que o popular lhe tinha transmitido que o pedido de socorro para o 112 já tinha acontecido há perto de meia hora atrás.
Cardoso que lamenta a situação, diz também que este não é caso único nas relações entre o CODU e os bombeiros e vinca que neste caso “quando chegamos já não havia nada a fazer, e quanto a VMER chegou também não”, não sabendo explicar se neste caso o desfecho poderia ser diferente.
O operacional diz não perceber o que se passou entre a altura em que se ligou para o 112 e a chagada da chamada à central dos bombeiros. Cardoso diz que o INEM tem de explicar a situação “que se tem vindo a agravar” e diz que nesse mesmo dia houve uma situação semelhante “mas com consequências menos gravosas”.
O caso passou-se na manhã de sexta-feira dia 4, “uma senhora que se sentiu mal, veio aqui um popular chamar os bombeiros, e nós ainda não tínhamos recebido a chamada do CODU”.
Há, segundo Pedro Cardoso, situações mal explicadas. Uma delas está relacionada com uma emergência dentro da vila de Azambuja há perto de um mês, em que a VMER chegou ao quase ao mesmo tempo que os bombeiros, cujo quartel fica a poucos metros do local. Neste caso Cardoso diz não querer acreditar que exista um atraso deliberado nas comunicações para os bombeiros, a fim de minimizar o tempo de espera pelos meios do INEM.
O operacional vinca e enaltece o trabalho dos profissionais de saúde do INEM, mas lembra que o sistema que está implantado não funciona, defendendo para isso, um outro que integre todas as forças de protecção civil de forma articulada e mais harmoniosa.
Via telefone, Pedro Coelho dos Santos, responsável pelas relações publicas do INEM, refutou as criticas dos bombeiros de Azambuja salientando a prontidão dos profissionais de saúde. Contudo o responsável do INEM prometeu fazer chegar ao Vida Ribatejana esclarecimentos mais aprofundados, via email, mas até ao fecho desta edição tal não aconteceu.

No comments: