Monday, May 21, 2007

OTA - UM MOMENTO DE OPORTUNIDADES


A Ota será um momento de oportunidades único. Os autarcas e entidades económicas dos concelhos de Alenquer, Azambuja, Vila Franca de Xira e Cartaxo não têm dúvidas e anunciaram entre outras questões, a criação de uma agência regional para o aeroporto, um observatório e novas acessibilidades.



O aeroporto na Ota, represente para os municípios limítrofes um “momento de oportunidades”. Esse foi aliás o tema de um debate promovido no passado sábado pela Rádio Ribatejo, e que contou com os presidentes das câmaras de Azambuja e Cartaxo, e o vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. Nesta sessão interviram ainda o presidente da Caixa Agrícola local, e o porta-voz da Associação de Comercio e Industria (ACISMA).
Todos os intervenientes se demonstraram de acordo com o facto da nova estrutura, já ser um dado adquirido. Aliás Daniel Claro da ACISMA, salientou mesmo que o tempo agora é de mudança e as autarquias têm a responsabilidade de preparar o futuro.
O responsável salientou a preocupação da associação face ás zonas industriais do município, frisando a importância da logística no município e apontando para a necessidade de ter um olhar diferente para a futura zona industrial da Guarita, que na sua opinião deverá incluir “empresas que tragam valor acrescentado para o concelho e que rompam com a rotina da logística…”.
O responsável sublinhou que na sua opinião há escassez de informação em todo o processo de construção do aeroporto, e anunciou a criação de um observatório para a construção Ota, constituído por “um conjunto de jovens quadros deste concelho e que já se estão a organizar” no sentido de constituir um grupo de trabalho “que deve olhar para este aspecto da implantação do aeroporto e para os desafios em termos económicos e sociais com um olhar mais distanciado, que a actividade politica ás vezes não deixa ter”. Segundo o responsável pela associação, que não quis identificar os elementos do observatório, este grupo deverá produzir alguma documentação sobre Ota “o que nos parece uma mais valia em todo o processo”.
Joaquim Ramos presidente da Câmara Municipal de Azambuja, vincou por seu lado um dos objectivos da Câmara é manter a diversificação do tecido empresarial no município “ o que está perspectivado, ao contrário do que sai em órgãos de comunicação social, não é uma cidade aeroportuária. É uma cidade poli-nuclear que vai desde Vila Franca de Xira até Rio Maior”.
Ramos salienta que já tem elaborada a estratégia económica do município de Azambuja relativas ás diferentes áreas de produção económica “temos a noção que a agricultura é fundamental” e vinca que a autarquia está incluída num grupo de pressão constituído por algumas câmaras da margem sul e norte do Tejo “no sentido da industria do tomate não ser prejudicada pelas medidas europeias”.
Por outro lado, Ramos lembra que enquanto a Castanheira já tem prevista uma plataforma logística com 100 há, “Azambuja tem 270, dos 90 já estão construídos” salientando que a logística tem uma forte presença nesta região, chamando a atenção do desenvolvimento de áreas industriais, argumentando que os planos de pormenor industriais, devem ser um instrumento para diversificar o tecido produtivo.
Joaquim Ramos, anunciou ainda a criação de uma agência regional para o desenvolvimento. O anúncio foi de resto apresentado em primeira mão pelo autarca, que sublinhou não ter tido oportunidade de falar, quer com o presidente da Câmara do Cartaxo, quer com o Vice Presidente da Câmara de Vila Franca, sublinhando que na próxima semana iniciará algumas demarches no sentido de dar o primeiros passos para a criação dessa agencia regional, que terá nos seus quadros, entre outras entidades, as autarquias da região.
Todavia, todos os municípios limítrofes do aeroporto de Ota, estão agora incluídos num lobby, que tem como objectivo acentuar a construção do aeroporto.
Segundo Paulo Caldas, presidente da Câmara Municipal do Cartaxo diz que o grupo aparece no Cartaxo mas que “simboliza o esforço de toda a região e a empatia que tem na luta deste desígnio, que é regional”.
O autarca salienta que o aparecimento de vozes contra à construção na Ota “deixa-nos apreensivos, mas atentos de que as decisões politicas no país devem ser assumidas como tal” argumentando que há uma série de anos os municípios têm convivido com as medidas restritivas “e com os planos directores trancados”.
Alberto Mesquita, vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira diz que a discussão já não deve ser feita à volta da localização, pois isso já está definido.
Em Castanheira do Ribatejo está prevista uma plataforma logística com cerca de 100 ha. A localização já foi pensada com o objectivo da Ota, e deverá estar concluída, segundo o vereador, a tempo do aeroporto.
Por outro lado, o vereador à semelhança do executivo da autarquia vila-franquense, destaca que a utilização do Rio Tejo para o escoamento de mercadorias, deverá um marco importante para escoar os produtos provenientes dessa plataforma.
Francisco Silva, presidente da Caixa de Crédito Agrícola de Azambuja, sublinhou a importância do aeroporto para a região. O responsável sustenta que a estrutura trará o desenvolvimento esperado há anos, e que o banco que representa está a altura dos desafios.
Para fazer face ao futuro, Francisco Silva, anunciou a criação de um “lobby” em conjunto com as caixas de Credito de Vila Franca de Xira, Cadaval, Cartaxo, Alenquer e Arruda “um lobby no bom sentido. Na medida em que hoje quando se discute a problemática do aeroporto da Ota, aparecem varias teses de lobbys que não conhecemos” e por isso, diz “queremos assumir claramente que desejamos o aeroporto para aqui, por isso gera grandes oportunidades que certamente iremos analisar e por isso a caixa está na primeira linha na defesa do aeroporto”.
O responsável anunciou ainda a construção de uma nova delegação em Aveiras de Cima, lembrando que a caixa, já possui cerca de 37 por cento do volume do comércio bancário do município de Azambuja.
Álvaro Pedro presidente da Câmara de Alenquer não esteve presente no debate devido a problemas de agenda. Todavia numa mensagem gravada e difundida na Radio Ribatejo, o edil sublinhou a importância do projecto para o seu concelho e anunciou algumas pequenas vitórias. Segundo o autarca, os municípios de Azambuja, Alenquer e Vila Franca de Xira, têm conversado com O NAER, no sentido de criarem caminhos e acessos alternativos, mas apenas para a construção da infra-estrutura.
O edil refere que as negociações estão bem encaminhadas, e sublinha que dessas reuniões irão nascer em breve algumas alternativas e variantes.
É o caso também de Azambuja, que há muito se bate pela variante de Aveiras de Cima e por uma variante à estrada nacional 3 entre Vila Nova da Rainha e Alenquer.
Ramos sublinha a importância destas negociações, e afirma que são cruciais todas as acessibilidades em Aveiras de Cima ao Cartaxo, ou ao IC2, a antiga nacional 1. O autarca explica que o IC2 será o “único acesso directo ao aeroporto não portagado”
O presidente da Câmara de Azambuja assegura que terá conseguido “que o IEP aceitasse este tipo de situações” referindo a importância de uma estratégia concertada entre todos os autarcas.

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