Tuesday, October 16, 2007

Habitantes contra a falta de médicos


Cerca de 150 habitantes de Santana da Carnota estiveram presentes numa vigília à porta do ministério da saúde na passada sexta-feira exigindo mais uma vez a colocação de um médico de família. A localidade tem cerca 1800 habitantes, sendo que quatrocentos têm mais de 65 anos e são os que mais precisam de cuidados médicos.



Cerca de uma centena de habitantes da freguesia de Santana da Carnota no concelho de Alenquer, participaram na passada sexta-feira numa vigília à porta do ministério da saúde em Lisboa.
A acção de protesto organizada pela coordenadora dos utentes do serviço nacional de saúde daquele concelho, teve como objectivo alertar os responsáveis políticos para a falta de médicos no municio.
Em causa está a falta de médico de família naquela extensão, alegadamente prometido pela ARS (Administração Regional de Saúde), mas que até à data ainda não foi cumprido.
Os habitantes de Santana da Carnota, a maioria idosos, reivindicam um médico permanente, uma vez que actualmente dependem da boa vontade de uma clínica, que acede àquela extensão duas horas por semana, o que na opinião dos responsáveis e da população é insuficiente.
José Manuel Catarino, vereador com o pelouro da saúde na Câmara de Alenquer diz lamentar a situação. Desde Maio de 2006 que os diversos responsáveis têm prometido um médico substituto, àquele que se reformou, mas até à data, diz o vereador, isso não aconteceu “em Janeiro prometeram um médico, não o puseram. Em Fevereiro também não, depois vieram a dizer que em Junho ou em Julho é que era, e já estamos em Outubro e não há médico em Santana da Carnota”, acrescentando que “o ministério da saúde tem vindo, lamentavelmente a mentir, a dizer que faz e depois não faz”
A freguesia de Santana da Carnota é rural, ter cerca de 1800 habitantes, sendo que quatrocentos habitantes são quem mais precisa, dado que são os mais idosos com idades superiores a sessenta e cinco anos de idade, segundo os dados do vereador José Manuel Catarino.
Nesse sentido, o vereador garante que a coordenadora não irá parar as suas acções reivindicativas. Ainda de acordo com o responsável pelo pelouro da saúde, desta vez, não passou de uma vigília em frente ao ministério da saúde, mas as próximas iniciativas poderão ser mais acutilantes.
O vereador salienta que a situação na freguesia não é fácil. Ainda esta semana, e de acordo com José Manuel Catarino “na quinta-feira a médica era para ir dar consulta, os utentes foram para lá de madrugada cerca de quarenta utentes, e a médica nem veio” vincando que esta situação não lhe parece nem “justa nem humana e isto não se faz ás pessoas e devem ser tratadas com dignidade e o ministério da saúde não trata Alenquer com dignidade”.
Quanto ao facto das autoridades nacionais de saúde apontarem o centro de saúde de Alenquer como solução, o vereador discorda argumentando que “o concelho de Alenquer já tem cerca de onze mil utentes sem médico de família” tendo ainda em conta que o centro de saúde de Alenquer “está a rebentar pelas costuras”.
Catarino vai ainda mais longe. O vereador salienta que existe falta de meios humanos nas estruturas de saúde no município “e o ministério despediu do centro de saúde de Alenquer, seis trabalhadores” o que vem a dificultar ainda mais o atendimento aos utentes “porque o médico faz uma consulta em quinze minutos e depois a pessoas está à espera mais de uma hora para colocar a vinheta, porque os administrativos não são suficiente para dar despacho à situação”.
Por último, o vereador lamentou ainda o chumbo do executivo socialista e dos vereadores do PSD, ao pedido de um autocarro da Câmara para a deslocação para vigília. Catarino diz estranhar essa atitude “no sentido que os autocarros que não são da Câmara, são do povo vêm dos nossos impostos. E que numa questão tão justa, correcta e humana, como era a exigência de um médico para Santana da Carnota, o PSD e PSD tenham proibido a utilização dos carros”.
Ainda assim o problema foi resolvido com o aluguer de um autocarro, mas que se mostrou insuficiente. Para transportar os participantes na vigília, os populares tiveram de recorrer ainda a carros particulares, segundo o vereador da saúde.

Médico uma vez por semana, e mesmo assim

Utentes da extensão de saúde de Santana da Carnota, Alenquer, vão estar hoje em vigília frente ao Ministério da Saúde para reivindicar a atribuição de um médico, mais de um ano após a aposentação do antigo clínico
Em declarações à Lusa, a porta-voz da comissão de utentes, Odete Santana, disse que, após o médico se reformar em Maio de 2006, «tem havido promessas de que iria para lá outro médico, mas até agora nada».
Segundo descreveu a porta-voz, os cerca de 1750 utentes - que estão sem médico de família - são obrigados a ir de madrugada para a porta da extensão de saúde para conseguir uma consulta, assegurada por uma médica oriunda da extensão de saúde de Abrigada, que ali trabalha quatro horas por semana.
«Quando precisamos de uma consulta temos de ir para lá à uma da manhã», disse a porta-voz, explicando que os utentes, na sua maioria idosos, costumam «meter colchões no chão» para aí passarem a noite à espera de uma consulta pela manhã.
Por outro lado, as «consultas programadas demoram três meses». A alternativa passa por ir para o Centro de Saúde de Alenquer, a dez quilómetros de distância, mas mesmo assim muitos utentes acabam por regressar sem consulta, devido à falta de médicos.
Além da falta de condições na unidade de saúde situada na sede do concelho, os utentes de Santana da Carnota «são pessoas carenciadas e sem posses para ir a médicos particulares» e dispõem apenas de um autocarro de manhã e outro ao final do dia para se dirigirem a Alenquer.
A vigília vai decorrer a partir das 21h00

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